CAPÍTULO 7. Azul

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― O pêndulo de Yívan parara. ― um dos sacerdotes aprendizes comenta. Cada um deles segurava a seu próprio pêndulo.

― A plantação de Esperancza... Lá era um cemitério... ― Ama murmurava.

Hunus, assim que fora feito o anúncio, correra e colocara os pés na lama para retirar Ama da posição sufocante.

Khlaos mantinha a mente em foco, quase interferira diversas vezes, não podia em nenhuma. Ela precisava fazer por conta própria o que havia se sugerido a fazer, tanto não podiam ser vistos juntos quanto não podia tomar as responsabilidades dela para executar. O ato havia sido imenso, os nobres muito teriam o que conversar em seu jantar. Esperava ele que a entrada no princípio do duelo fosse considerado uma ação de liderança neutra.

Não conseguia olhar na direção de Ama, não podia tocar e não era necessário uma vez que sua amiga desconhecida havia iniciado contato de auxílio.

Ela havia iniciado seu suicídio e não havia sido nada rápido. Não teria forças para contá-la que havia desgastado o corpo antes de mais provações físicas de eliminação, quanto mais rápido fosse dispensada, melhor. Ela havia desmaiado e ferido o Clérigo de Mael e era a restante da classe trabalhadora mais baixa, pedira a ela que não se destacasse, mas ela, ao invés, havia marcado um alvo em sua face.

A Mandatária havia considerado a ideologia compartilhada na conversação entre Ama e o Clérigo. A lama teoricamente abençoada havia terminado de marcar o vencedor do feio duelo justo.

Khlaos forçava sua pequena obsessão a cair. Foram anos de observação de uma mesma figura lavradora pacífica, invejada, idealizada e desejada. Era o fruto básico de suas fantasias deixar a vida que levara para juntar-se àquela lavoura. A caça de recompensas era cansativa, a ausência de uma casa e um familiar era emocionalmente insensibilizador, o mundo boêmio era atrativo à juvenis da mente ou a pessoas que já haviam desistido da vida; ele estava a caminho de destruir toda a sua oportunidade de viver uma vida da qual não se arrependesse.

Ele fugira de seu berço para viver uma vida que valesse a pena ser vivida e estava a falhar que não por sua pintura escapista predileta, o campo de Krishnaraj rodeado da floresta, montanhas, sua planície e a presença única.

A fantasia cobrara caro. Ama sequer havia aceitado sua aparência que não no instante em que se mostrara a irregularidade mística que lhe ocorria, o que ao fim seria uma felicidade inimaginável se ela não estivesse com a mente no Florilégio. A fantasia caíra e fora enterrada, a realidade voltava inebriante, o jogo do Equinócio estava de pé.

Ama acorda de supetão, a forte consciência não a permitia permanecer desmaiada, então fazia-a retornar. Hunus a abraça, compartilhando sangue e lama. Hunus é o tipo que não dá muita vasão e audiência ao que não sente que merece, mas sua mente havia clicado para o que estava à frente. Pega a amiga pelo braço, mas quando esta tenta caminhar, Ama desacorda novamente e era mais pesada que a pequena amiga.

Khlaos respira a alma de volta ao corpo, não pode interferir mais uma vez. Agradecera a qualquer que estivesse escutando em sua oração a existência de Hunus. Pensava ele que talvez a fantasia não fosse apenas uma fantasia devido a proporção da fúria que sentira ao assistir ao duelo. Era àquela pessoa que ele iria atrás assim que abandonasse a vida criminosa e ela estava sendo destruída para que se tornasse pior que ele. Já havia passado de uma simples fantasia, de fato. Suas fantasias nunca haviam sido completas, não tentara imaginar tudo sobre a vida que não conhecia, mas sonhara em estar na mesma imagem da lavoura de Esperancza, junto a ela, como quer que fosse a pintura mais aproximada. A impotência era dolorosa.

Ele não podia abraçar a pessoa da qual gostaria.

Um dos aprendizes de sacerdotes em seus véus e vestidos pessoais havia passado à frente. Ele toca em Hunus, fazendo com que ela adquirisse um pouco mais de calma.

EsperanczAWhere stories live. Discover now