EsperanczA

6. Parte 2

Ele chama a mandatária e vai até a ponta de seu tapete para esbravejar.

― Por piadistas como tu que a tua categoria precisa passar por isso! Por isso precisam ser eliminados, sequer conhecem a Instituição da qual aplicam. Servem apenas para ser governados e não perderem o controle. Um dos vossos destruiria todas as terras humanas, incapazes de governar-se por conta própria.

Ama ri mais uma vez. Ela caminha por todo o círculo, passa para a parte seca e para frente ao Clérigo. Ele pisava no tapete e ela no chão, o homem a mirava com nojo e repugnância, a Mandatária caminha até os dois para impedir que algo ruim ocorresse, mas não impede ao contato.

Ama não estava em seu pleno estado mental e tampouco físico. Sua alma era aquela que a movia.

― Equinócio é quando todos são iguais. Neste momento, nós somos iguais, indiferentes aos detalhes, não é?

Ela traz a mão boa e passa toda a palma por sua face e peito ensanguentados como para limpar o excesso da pele, mas em seguia leva a mão suja de sangue para as roupas brancas do Clérigo, encarando-o integralmente, enfatuada com a situação nebulosa de sua mente e limpando a mão até que estivesse satisfeita. Ele não se move de tão furioso.

― Soldado!

A Mandatária vem com sua lança de metal e repete o mesmo processo de atingir os pontos suscetíveis de Ama.

― Eu... verei ao mundo... ― Ama fala enquanto é acertada, não indo contra os golpes, mas não desistindo de sua fala ― Eu... Verei a magia... Essa corda no pescoço... Pode ficar para seus criadores. ― impacto nos pés ― Vocês são perturbados, eu não irei me submeter... Enfiem... seus privilégios e delírios de mérito... no meio de vossos rabos. É... por isso... Que vocês não conseguem... Eleger um líder que se preze nem para os próprios... ― impacto no estômago ― Vocês destroem o humano e afugentam a magia. Tudo o que nascera, nascera para ser transformado. ― impacto nos braços ― MANIFESTO MÁGICO AOS NÃO MÁGICOS INFORMAL! Aquele que afligir sofrimento desnecessário sob as criaturas terá julgamento dado pela natureza e sobre a morte será aterrorizado e, portanto, está excluso de sequer a menção realista de magia. ― os impactos nos músculos diferenciados iniciam, a soldado era mais severa ainda na aplicação, a intenção era destruí-los, mas a Mandatária nada sentia, apenas cumpria ordens para que elas não se voltassem contra si depois ― A magia não é subjetividade ou inexatidão exata, é a verdade! Qualquer um que puder compreender a verdade e assumi-la, a terá para si.

― Bruxa podre! ― o Clérigo grita contra ela.

― Feiticeiro demagogo! ― ela devolve, sendo acertada na boca.

Ama sequer sentia mais os golpes que recebia, estavam todos tão concretos quanto a névoa, envolvendo-a.

― Aquele que vive uma vida dupla no mundo jamais será recompensado em nenhuma delas, pois a magia é inteira e não fracionada! ― recebe a outro golpe. Vomita a alma e o líquido e continua a falar ― Aquele que não está disposto a morrer com suas crenças não tem o direito de se beneficiar delas em vida! Aquele que prezar mais a limpeza das roupas do que da alma será entregue à sujeira até a eternidade de seu legado. Aquele que pretender ser o que não é será condenado a morrer com a máscara que criara! Aquele que não fizer bem a seu trabalho e impede que outro o faça, estará condenado a levar todos à miséria. Aquele que desacreditar em magia ou prestar falso testemunho não será enviado a inferno algum que não a existência finita não mágica, onde a alma encontra perdição de qualquer caminho da existência, não pertencendo a inferno ou céu que seja, nem a si mesmo, pois se tornara uma mancha apagável do tempo. ― Ama passara a caminhar passos para trás, a Mandatária, a cada frase, passara a ser intimidada e permitir que a outra falasse enquanto a boca, emitindo som, também emitia sangue ― O reino não mágico não é de serventia nenhuma que não seja para que nasçam tiranos que pensam que tirania não é culpa sua! O Reino é uma mentira perante a verdade, o Estado de Magia do qual suprimimos! Aquele que apenas fizer volume e não fazer do volume, valor, será engolido pelo próprio vazio! Esta humanidade não pode ter a um Escolhido quando apenas conhece o Excluído, não é? Aquele que perde encantamento pelo mundo não se faz mais merecedor de opinar vida nele, o perpetrador da futilidade será banalizado e mais esquecido que o folclore quando evapora. O quão ruim é ter alguém estragando a sua performance? ― os risos maníacos retornavam.