12. Parte 2

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― O Clérigo fora exonerado do cargo. ― Ama volta a dizer, esquecendo de suas batatas por um instante.

― Ele ainda é o líder provisório e administrador enquanto outro não toma ao poder. ― a primeira colega de Yívan volta a explicar, frustrada por lidar com variações das ordens que recebera.

― Segundo esta tradição, eu sou um Clérigo mais digno que Efasad, eu possuo mais autoridade que este, logo tenho confiabilidade de comando maior que a dele. Yívan está ocupado com suas funções de um evento que ocorre de geração em geração, se ele dissera que não vai, ele não vai e não é uma autoridade colocada para traz na hierarquia de poderes que irá obriga-lo. ― Ama corta-os pela raiz.

Estupefatos, os aprendizes não podem debater com Ama quando ela afirma que está mais próxima de ser o novo Clérigo que o provisório que derrotara. Muitos dos sacerdotes consideravam Efasad o melhor para a continuidade, tradicional e experiente, contudo ele havia sido justamente vencido enquanto observado pelos deuses, então pairava uma sensação de que alguém forte havia surgido para tomar ao cargo, pegando para si o crédito espiritual da magia. Sacerdotes eram imediatistas, por aquela lógica, tinham mais que obedecer ao caminho apontado por Ama que Efasad, pois o espírito não esperava por formalidades mundanas e ela havia se provado a melhor sucessora para guia místico. Um nó cultural se formava na cabeça daqueles aprendizes confusos dentre a doutrinação e as próprias mentes a julgar críticos o que lhes era oferecido.

Os Templários continham e administravam a magia do reino, isto era reconhecido. Sucessos precisavam ser imediatos, então, atualmente, ela era o Clérigo na autoridade de sua alma. Ela clamara a função de Yívan e eles, como subordinados da autoridade já verificados como menos merecedores que Efasad – pois tais eventos avaliativos também ocorriam no Templo –, tinham de calar-se perante seu superior. Ama possui a realização naquele instante que tinha poder sobre o sacerdócio enquanto não fosse desafiada por outro, pois a maioria já havia sido desbancada por Efasad. Ela eliminando a Efasad resultava em subordinação automática de todos que o primeiro eliminara.

― Informaremos a isso ao líder provisório. Desculpe o incômodo, com licença.

O pequeno grupo de aprendizes curva-se em direção à mesa e faz o gesto tradicional dos templários de levar as duas mãos a testa para simbolizar a alma, entregando-a à autoridade com um movimento em direção à testa da outra. O salão observa o gesto simbólico, haviam calado-se para prestar devida atenção.

Os Templários obedeciam ao chamado imediato. O espírito era absoluto. Hunus cobria a boca com a mão, surpresa e constrangida por saber ao peso social daquela ação.

Ama, desconhecendo grande parte da cultura da Pólis, repete ao mesmo gesto, tocando sua alma na testa e oferecendo aos aprendizes para prestar-lhes respeito também. Os três componentes de roupagens brancas e leves cores próximas ao alvo ruborizam – que não um azul que estava dentre eles, pois suas bochechas, nariz e orelhas tornaram-se adoravelmente azuladas ao concentrar ao sangue na face.

Yívan ri baixo e amável. Seus colegas saem, comentando baixo e ruborizados/azulado, dividindo sorrisos e segurando as faces para conter a quentura.

― Esse gesto que tu acabaras de fazer de "oferecer a alma" é feito pela hierarquia básica para a alta. Eles jamais estão acostumados a receber esse gesto, caso tu te tornes a líder oficial, eles falarão disso pelo resto de suas vidas. ― Yívan explica a Ama ― Eu tomaria cuidado, aprendizes de sacerdote são os mais fáceis de caírem em paixões proibidas. Fala-se tanto em pecados no Templo que estes parecem mais tentadores. ― brinca nas últimas frases.

― É um gesto bonito, não entendo a razão para ser unilateral. É sobre respeito, não é? Deve ser mútuo. ― Ama rebate, voltando às batatas.

EsperanczAWhere stories live. Discover now