CAPÍTULO 6. Eliminado

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O menino treme quando ouve ao comando, espantado pela ideia de mostrar ao corpo nu. Os sacerdotes pedem para que o presentes se afastem. Onde Ama estava em pé era um círculo de terra mais fofa que nos arredores. Quando estão fora do círculo central, os sacerdotes derramam água de elegantes jarros, montando um recipiente que logo formaria um bom prato de lama de mal odor. "Água abençoada", disseram eles.

― A primeira seleção ocorrerá dentre os semelhantes. Esta área está na visão dos deuses e sua magia, durante o embate físico dentre os participantes selecionados do Florilégio eles irão oferecer auxílio àquele que, através do julgamento místico, possuir maior merecimento acima do outro. Como eu disse, vocês teriam de passar pelo processo de desafio um a um, então não há razão para resistir. O soldado não mais terá de testá-los, vocês competirão dentre si e já eliminarão os mais fracos. Entendido?

Os trabalhadores, que não Ama, aceitaram prontamente, cabeça baixa e também os espíritos.

― Porque ainda não tiraram essas roupas? ― o Clérigo pergunta e eles começassem a retirar as vestes, nervosos.

― Não viemos aqui para lutar uns contra os outros. Deem tempo para que essas pessoas se recuperem de seus trabalhos, deem uma instalação a eles para que descansem e um pouco de comida, eles estão inscritos no Florilégio, merecem tratamento igualitário. Ninguém até aqui viera imaginando que este tipo de avaliação seria aplicada. É patético. Não é justo, os outros estão bem vestidos e saudáveis acima de nós. ― Ama tenta replicar da maneira mais controlada possível. Estava esforçando-se para lançar as ideias na sequência que poderia ser compreendido por outros de vida distinta.

― Estão recebendo tratamento privilegiado. São desconhecidos que compareceram, enquanto todos os outros já passaram por triagem de habilidades previamente e serão aqueles que farão a estreia do Florilégio. Não haverá delongas, a vida a vocês é objetiva, não tão complexada quanto a dos outros. ― ele estava passando a ficar cansado de responder as falas de Ama.

Khlaos, àquela instância, tocava em suas lâminas na cintura enquanto aguardava que iniciassem. Ama era mais forte e equilibrada que todos os outros trabalhadores, teria a capacidade de submetê-los.

― Não é justo. Não retirem suas roupas, não possui sentido. Vocês estão fracos demais para fazer isso. ― Ama fala com os presentes, mas eles a ignoravam. Restavam com as peles claras e escuras maltratadas e suas tangas e faixas de peito, o corpo dos trabalhadores não era admirável quanto se pensava ser. Parecia-se com um corpo abusado em comparação à nobreza cuja a vaidade é a busca de uma saúde e aparência muscular ideal.

O adolescente não conseguia retirar suas calças ensanguentadas. Em suas costas haviam marcas profundas de unhas. Ele silenciosamente baixa a coluna e começa a enrolar as calças até o topo das cochas repletas de hematomas. O adolescente, por ser pobre, era obrigado a trabalhar em qualquer trabalho que fosse para sobreviver; sendo trabalhador, devia pagar imposto, mas para pagar o imposto teria de vender-se. O Clérigo não reclamara da técnica do jovem, não tinha interesse em um corpo tão ferido. Não tinha interesse em nenhum dos corpos.

Ama não tinha problemas com nudez, mas não naquele caso. Nudez não era popular naquela cultura e estava a ser usado para humilhação. Aquelas águas a formar lama suja não era abençoada. Ama não retira suas roupas.

Khlaos aperta o cabo de suas armas. Hunus não ousa pensar, a garganta fechava em tensão. O líder toma a fala mais uma vez, vendo aos músculos e boa postura de Ama.

― Realmente é injusto. ― os olhos do homem passam de Ama para a soldado ― Faça justo, torne-a mais fraca para que esteja equiparada aos outros. Assim todos têm uma chance igualitária. Sem armas, sem tecido a puxar, apenas o corpo.

EsperanczAWhere stories live. Discover now