Morcegos comem gatos?

157 16 1
                                    


Hermione foi pisando contra a camada de neve sobre a grama até o corujal, subiu com cuidado as escada escorregadias e foi até o armário pegar um pedaço de pergaminho e uma pena. Escreveu uma extensa carta à Harry Potter, explicando com sinceridade tudo o que estava se passando dentro da cabeça dela, e como ela precisava da ajuda de seus amigos nesse momento. Não sabia se ele seria capaz de se colocar no lugar dela, mas ela precisava tentar. Colocou a carta dentro de um envelope e pediu para uma grande coruja marrom para entregar a carta. 

Lembrou-se de Betsy, sua pequena coruja. Havia deixado a pobre Betsy no quarto. Grunhiu de irritação. Teria que ir até lá e contar com a boa vontade de Emilia Bulstrode para devolve-la. 

Desceu as escadas do corujal com quase o mesmo cuidado com o qual subira. Saiu esmagando a grama molhada com suas botas pelo jardim, passou pelo corredor externo e seguiu em direção ao pátio da torre do relógio. Entrou no castelo. 

Sentiu como se seu corpo quase tivesse derretido. Estava tão frio na rua, mas estava tão quente e aconchegante dentro do castelo que ela relaxou os ombros. Tirou a touca que cobria seus cabelos e enfiou para dentro do bolso do casaco. 

No salão principal, já tinha uma aglomeração de alunos que iria passar o natal em casa, com suas malas, e bolsas, e grossos casacos de lã, esperando as carruagens para levá-los até o trem. 

Hermione virou à esquerda, cortando caminho, pois se sentia amargurada. Não tinha para onde ir. Principalmente agora que brigara com Gina e não iria passar o Natal com as amigas. Subiu pelas escadas de mármore que levavam ao segundo andar. Caminhou pelo corredor, virou uma esquina, caminhou mais um pouco e subiu outro lance de escadas. 

Passando por um corredor repleto de salas de aula, viu uma das salas com a porta aberta, e curiosa, decidiu passar despretenciosamente pela frente. 

Dentro da sala estava Draco Malfoy, sentado em cima de uma mesa, e na cadeira, estava sentada Emília Bulstrode. Eles estavam rindo de algo. Hermione se aproximou da porta. Malfoy desceu da mesa e foi até ela. 

—Olá, princesa. — deu um beijo na testa dela, e abraçou-a. Hermione viu por cima do ombro de Malfoy o sorriso de escárnio que Emilia lançou a ela. — Onde esteve? Te procurei em toda parte. — perguntou quando a soltou. 

—Estava com Neville no jardim, depois fui até o corujal. — falou para ele, ignorando completamente a presença de Emilia Bulstrode. —Ah, falando nisso, tenho que buscar Betsy, que ficou no seu salão comunal. — disse despreocupada, mas fitou o garoto com os olhos cerrados quando ele fez uma careta. 

—Na verdade, aquela coruja não é sua, Hermione. — disse ele. Ela bufou uma risada. 

—Oras, é claro que é. Ela me adotou no corujal. — disse Hermione, cruzando os braços. 

—Na verdade, — disse Emilia, chamando a atenção para ela. — Flaca é o nome dela, e ela é minha. Fui até o corujal ontem alimenta-la e não a vi. Logo soube que alguém a tinha roubado. Não imagine qual foi minha surpresa e alívio quando a encontrei no seu antigo quarto. Draco viu como fiquei desestabilizada, ele demorou bons minutos para conseguir me acalmar. — disse ela, fazendo um enorme teatro, e Hermione conseguiu sentir o gosto do veneno dela por trás das palavras. 

—Que bom que a pequena corujinha encontrou seu lar, afinal. Odiaria roubar algo de outra pessoa. — disse em tom despreocupado, e Emília revirou os olhos enquanto Malfoy não estava olhando. —Ah, quer ir comigo em Hogsmeade? — perguntou para o garoto à sua frente. 

—Claro, vamos. — e segurou a mão da garota. —Tchau, Mila. Até logo. — disse para a garota, ainda sentada na cadeira. Ela acenou alegremente com a mão. 

o Leão e a CobraOnde histórias criam vida. Descubra agora