Chance

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Hermione esperou que suas amigas saíssem para se levantar. Bebeu seu whisky com rapidez e foi em direção à mesa do time da sonserina. 

—O que a sangue-sujo faz aqui? — perguntou um dos garotos com deboche. 

—Sai da frente, estúpido. — disse empurrando o garoto e indo até Draco Malfoy. Começou a cochichar no ouvido dele. — O que você vai fazer quando sair daqui? Já tem planos? 

O garoto piscou atordoado. Era tudo o que ele queria ouvir. 

—Não tenho nada em mente, se quiser, pode me levar embora daqui agora mesmo. — disse à ela. Hermione, imediatamente, puxou o garoto pela mão. Saíram rápido de dentro do café como se fosse uma fuga ultra necessária. Olhares curiosos estranharam uma Grifinória e um Sonserino. 

Eles riram na calçada da cena estúpida que acabaram de contracenar. 

—O que você quer comigo, Granger? — perguntou ele, quando as risadas cessaram. 

—Dar-te uma chance, Malfoy. Uma chance pra me provar que mudou.

—E o que te fez mudar de idea?— perguntou ele, cruzando os braços. 

—Bom, — ela pensou por um segundo, não podia dizer a verdade — digamos que forças maiores tenham me motivado. 

—Defina ''forças maiores'', Granger. — disse desconfiado. 

—Coisa de mulher. — disse ela, tentando controlar a temperatura do corpo para que suas bochechas não ficassem vermelhas. —Mas então, vai querer ou não? 

—Oras! Que pergunta! — ele soltou os ombros até então tensos e revirou os olhos. — É claro que eu quero. 

—Tudo bem. O que supostamente temos que fazer agora? — perguntou Hermione. 

—Bom, eu não sei. Eu não esperava chegar até essa parte. Quer voltar para o castelo? 

—Pode ser. Ou Talvez eu possa te levar pra outro lugar. Conheço um chalé na praia. Ele está vazio agora. Me da a mão. — disse ela. Ele segurou a mão fina de Hermione e eles aparatam. Pararam na frente do Chalé das Conchas. 

—Vem, por aqui.— continuaram caminhando de mãos dadas sem perceber. — Alohomora. — apontou a varinha para a porta, que se abriu no mesmo momento. 

A casa continuava do mesmo jeito. Seu interior era rústico e veranil ao mesmo tempo. Possuía dois grandes sofás de cana-da-Índia, com almofadas coloridas, conchas penduradas pelo teto, a velha televisão de tubo sob a estante e algumas pilhas de libro. Sobre tudo isso, tinha uma grossa camada de poeira, que foi facilmente retirada com auxilio de magia por Hermione. 

—Senta-te aqui comigo. Vamos ver um filme. — Hermione sentou-se no sofá e esticou as permas sobre uma chaise que tinha nomeio da sala. Malfoy senou-se ao seu lado. 

Na televisão, passava o filme De Volta Para o Futuro. 

Hermione só percebeu que havia adormecido, quando acordou horas depois. A televisão ligada ainda emitia sons sobre uma corrida de cavalos, mas a imagem estava distorcida. Ventava muito na rua.

Malfoy dormia no sofá ao seu lado. Ela percebeu que eles ainda estavam de mãos dadas. 

Levantou-se silenciosamente e foi caminhando até a cozinha. Bebeu um copo de água e ficou olhando pela janela. Estava escuro, ela mal conseguia enxergar as folhagens que existiam dois metros à frente. 

Começou a forçar a visão por que tinha alguma coisa errada. Ela não conseguia ver as estrelas, nem a lua. 

Sentiu um frio anormal. Continuou olhando para a janela, mas deixou seu copo cair ao ver uma sombra preta do outro lado do vidro. 

Pegou a varinha na mão, mas era tarde de mais. O enorme chalé já tinha sido rodeado pelas figuras encapuzadas. Malfoy que havia sido acordado pelo estilhado do copo, agora se via tão assustado quando Hermione. 

Deram as mãos e aparataram de volta para Hogsmeade. Correram para o castelo o mais rápido que puderam. 

—Malfoy, você sabe o que são eles. — disse nervosa. 

—Comensais. Mas por que? — estava atordoado. —Ah não! — exclamou. Hermione assustada olhou para ele. 

—O que foi? 

—Acho que uma das meninas contou pra minha família. Acho que Daphne, ou Pansy. Astória não faria isso comigo. 

—Como assim? Contou o que? 

—Que eu gosto de você, Hermione. — respondeu beirando o desespero. Hermione, que estava um caos internamente, sentiu como se a tempestade tivesse passado quando ouviu essa frase. Foi uma calmaria inexplicável. 

Ela os uniu com um beijo. Um beijo desesperado, como se quisesse consola-lo de alguma forma. 

—Eu jamais poderia casar com você. MInha familia não permitiria. 

—Nós vamos dar um jeito. Eu prometo. 

Hermione foi até o fundo falso do armário e pegou sua bolsinha de contas. Pôs todas as suas coisas dentro. 

— O que está fazendo, Granger? — perguntou Malfoy ainda atordoado com tudo o que aconteceu durante aquela tarde. Era informação de mais. 

—Tentando nos salvar. Coloque todas as suas coisas aqui dentro. Agora. 

Ele não hesitou. Juntou tudo o que tinha no quarto e colocou na bolsa enfeitiçada de Hermione. 

Ela olhou em volta. Viu em uma das paredes, um quadro de Dumbledore. 

—Professor, o senhor se importa de eu levar seu quadro conosco? — perguntou aflita. Estava com pressa. 

—De forma alguma. Sempre gostei de dar passeios dentro de bolsas. — respondeu a figura do quadro, com um sorriso. Hermione revirou os olhos: não era hora de ironia. Mas pegou o quadro e guardou-o na bolsa. 

—Fugiremos esta noite, Malfoy. 

—Para onde vamos? 

—Eu conheço um lugar onde eles não podem nos achar. 

o Leão e a CobraDove le storie prendono vita. Scoprilo ora