Mistério resolvido

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Os dias iam se passando e Hermione não acordava. O inverso se aproximava cada vez mais, e ela ficava cada vez mais quente. A escola inteira ja sabia das últimas notícias. Clima de tensão pairava a escola. Ninguém esperava que algo assim acontecesse, agora que acabou a guerra, e a ~paz foi restaurada~. 

Todas as noites, madame Pomfrey deixava Malfoy entrar la para passar um tempo ao lado da menina sem os olhares dos outros o julgando e comentando depois. Ela sabia o que ele sentia, e ele confiava o segredo à ela. 

Uma noite, indo em direção à ala hospitalar para visitar Hermione, escutou cochichos vindos do outro corredor. Escondeu-se atrás de uma coluna. 

—Eu não quero saber, Pansy. Isto está indo longe demais. Eu tenho que dar um jeito de tirar esse feitiço. 

—Você quer salvar a sangue-ruim de um feitiço que você mesma lançou? Faça-me rir, Astória.

Malfoy controlou o impulso de jogar o feitiço nas duas para elas sentirem na pele o que Hermione está sentindo, mas se segurou. 

Se Astória queria tirar o feitiço, e sabia fazer isso, não poderia interfirir. Talvez fosse o único jeito de salvar Hermione. Talvez, se brigasse com as garotas, nunca mais elas fossem judar. Talvez fosse uma oportunidade única. 

—Você sabe, eu fiz isso só para ela se afastar de Draco. Se me ajudar a tirar o feitiço, eu juro pra você que deixo você passar uma noite com ele. Mas se alguém descobrir que fui eu que coloquei esse feitiço, eu vou me ferrar feio. — gesticulava Astória no meio de sua argumentação. 

—Você promete? Vou poder ficar com Draco? — perguntou Pansy Parkinson. 

—Por uma noite. Sim. 

Ele ficou indignado por ser moeda de troca de uma menina que nem sua namorada era. Se sentiu traído. Estava com raiva de Astória, que queria matar Hermione para afasta-la dele. Sentiu uma repulsa gigantesca. Sua vontade era correr. Sumir. Arremessar algo contra as meninas. Mas controlou-se. Pensou na vida de Hermione, que estava por um fio. E dependia da boa vontade de Astória. 

Seguiu as duas colegas até a ala hospitalar. Madame Pomfrey estava dormindo na poltrona ao lado de Hermione. Draco não pode ver direito, mas pensou ter visto Pansy lançar um feitiço de sono na enfermeira; provavelmente para que não acordasse no meio do processo. 

As duas passaram muito tempo com suas varinhas apontadas para Hermione. Murmurando palavras desconhecidas para ele. A luz alaranjada que saía de Hermione parecia penetrar para dentro da ponta das varinhas das meninas. Ele não soube dizer quanto tempo passaram ali. Se foram minutos ou horas. Ele estava hipnotizado pelo feitiço. Pode perceber que era realmente algo muito poderoso. 

Assim que a luz se apagou, ele soube que estava terminado. Correu para seu quarto antes que fosse visto por alguém. De manha cedo veria Hermione. Dependendo do resultado do feitiço-reverso, contaria para McGonagall. 

Dormiu até de manha. Teve um sono agitado, cheio de pesadelos. Acordou-se, tomou um banho rápido, se vestiu e foi para o grande salão. Tomou o café da manhã mais rápido de sua vida. Correu para a Enfermaria.  McGonagall parecia já espera-lo na porta. 

—Ela acordou hoje. Com muito frio. Sua febre havia passado. Foi realmente um mistério como aconteceu. Você sabe de alguma coisa sobre isso? — perguntou ela. Ele ficou estático, pensando se deveria ou nao contar. — Senhor Malfoy, eu tenho conhecimento de suas visitas noturnas à Senhorita Granger. Não tente negar. 

—Tudo bem. Eu sei de uma coisa. — disse ele. — Mas podemos conversar em um local mais reservado? — ainda estavam no corredor, na porta de entrada da Enfermaria. 

—Vamos para o escritório da madame Pomfrey. — McGonagall guiava malfoy pela ala hospitalar até chegar ao final do enorme quarto hospitalar. Entraram na sala da enfermeira, que deu licença para que conversassem à sós. 

—Ontem, quando eu vinha para cá visitar a Granger, vi Pansy e Astória. Elas estavam indo na enfermaria ver a Granger. Astória disse algo sobre isso estar indo longe demais, e Pansy riu de Astória dizendo que ela queria desfazer um feitiço que ela mesma lançou. No fim, elas vieram até e desfizeram o feitiço. 

—Isso já é suficiente, senhor Malfoy. Vá, você tem aula. — disse McGonagall, levantando e saindo pela porta. 

Malfoy levantou-se e seguiu devagar. Passou por Hermione, ficou observando de longe enquanto ela se mexia na maca. Acordava. Ela abriu os olhos devagar, sorriu para ele. Ele se aproximou. 

—Madame Pomfrey disse que você me trouxe até aqui. Obrigada, Malfoy. — dizia com a voz fraca. 

—Faria tudo outra vez. — ele deu um sorriso leve e saiu. Deveria deixa-la descansar. Hermione achou a frase muito enigmática, mas estava cansada demais pra pensar nisso agora. 

Malfoy estava na sua aula de aritmância quando diretora McGonagall entra na sala. 

—Senhorita Parkinson e senhorita Greengrass, me acompanhem por favor. 

Draco pode ouvir Astória cochichar para Pansy "não era para ela ficar sabendo, como ela descobriu?", pode sentir o desespero das meninas. Mas elas fizeram algo extremamente errado, sabia que elas deveriam pagar o preço de suas ações. 

Mais tarde, foi até a porta da enfermaria, mas decidiu não entrar. Gina estava lá dentro, e ela não gostava muito dele. 

—Gina, você não fez minhas lições de novo, não é? — perguntou Hermione. 

—Não. Eu não fiz. Mas elas estão prontas. — disse Gina, fazendo carinho na mão da amiga. Ela olhou confusa. 

—Mas como? 

—Malfoy as fez. Não me pergunte por que, ou o que amoleceu aquele coração de pedra a ponto de ele se peocupar com suas lições. 

Hermione não respondeu. Ainda se sentia fraca. Estava confusa. Acabou adormecendo novamente. 


o Leão e a CobraWhere stories live. Discover now