Segredo revelado

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Quando a noite caiu, Hermione pôs sua capa e aproveitou o silêncio do castelo para ir até aquela sala, como fazia ja fazia alguns dias.

Seria um tanto quanto suspeito, se ela não fosse monitora chefe. Podia simplesmente dizer a qualquer um que a visse que estava fazendo ronda.

Caminhou até a estátua de coruja e entrou pela passagem. Subiu a escada caracol e bateu à porta.

—Pode entrar, Hermione. — escutou. Ela abriu a porta e abriu, desamarrando a capa e largando em cima de uma cadeira.

—Minerva, logo eles vão descobrir. — disse apreensiva, sentando-se na cadeira do lado.

—Você precisa contar para o Senhor Malfoy. — disse a mulher, olhando por cima dos óculos quadrados.

—Não acho que seja uma boa ideia. Eu não acho nem que prosseguir com isso seja uma boa ideia. — suspirou, parando de falar por um momento, tentando pensar nas palavras certas.

—Você sempre poderá contar comigo. Sabe disso. — respondeu a mulher extremamente magra, com um sorriso carinhoso. — E agradeço sua discrição. Professores que fazem amizade com alunos acabam perdendo sua autoridade. Aprecio que me trate por Professora na frente dos outros.

—E eu agradeço sua preocupação e constante suporte. Eu ia contar para Draco naquela noite em que fugimos. Mas com tudo o que aocnteceu...

—Te apoiarei em sua decisão.

—Preciso fugir amanhã. — respondeu Hermione, esfregando as mãos. Estava nervosa.

—Pode ficar no meu chalé. É distante da cidade, eu posso providenciar tudo que precisar pelos próximos meses.

—Muito obrigada. Significa muito para mim.

—Amanhã vá até a floresta, tirarei a proteção e você poderá aparatar. — dizia enquanto anotava o endereço em um pedaço de papel. — Seria muito arriscado se eu fosse com você. Se formos vistas saindo da escola juntas e sem justificativa aparente...

—Tudo bem, Minerva, eu entendo.

Levantou-se com o pedaço de papel na mão e voltou para seu quarto. Tomou um banho demorado. Começou a arrumar suas coisas, colocando tudo dentro da bolsinha de contas com o feitiço indetectável de expansão. Cantarolava baixo alguma musica que escutara em algum lugar. Dobrava suas roupas com cuidado, pensando o que faria no futuro.

Já era tarde da madrugada quando terminou. Foi dormir.

Acordou-se no outro dia determinada. Não sentia nenhum traço de medo ou arrependimento na sua decisão. Achava que estava fazendo a coisa certa. Ou pelo menos, o melhor que poderia fazer no momento.

Prendeu o cabelo num rabo de cavalo, pôs o uniforme, escovou os dentes. Se olhou no espelho, encarou seus olhos castanhos. Soprou uma mecha de sua franja que caía sobre os olhos.

Pôs a bolsinha de contas no bolso da capa. Respirou fundo e saiu do salão comunal dos monitores-chefe sem olhar para trás.

Quando chegou no salão princial para tomar o café da manhã antes de ir, teve uma surpresa.

Malfoy o esperava na porta. Havia ganhado alta da Ala Hospitalar. E ela não contava com isso.

Ele sorriu e veio em sua direção, mas ela virou as costas e saiu andando. Daria outro jeito. Daria a volta no castela e sairia por outro lado. Só tinha em mente que tinha que sair dali. Ele gritou por ela, chamando seu nome.

Ela suou frio. O que faria agora? Tinha que arranjar uma desculpa. Tinha que inventar uma história. Tinha que dar um jeito de sair dali.

Ela se sentia culpada de estar mentindo para ele, mas era por motivos de força maior. Ele não poderia lidar com isso num momento como esse. Sua vida já estava demasiado bagunçada para que ela bagunçasse ainda mais.

o Leão e a CobraWhere stories live. Discover now