Visita

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Hermione acordava lentamente, e a claridade que era conduzida das lâmpadas até seus olhos era realmente incomoda. Olhou em volta com os olhos entreabertos e viu um lugar muito claro. Sentia uma forte dor de cabeça e tontura. Olhou para seu corpo ainda deitado e viu um tubo preso direto ao coração. Seus braço e pé engessados, cabeça enfaixada. Ela sentiu uma dor aguda em seu ventre, e já soube o que tinha acontecido. Não tinha forças para chorar, sua cabeça girava, milhões de pensamentos a atordoavam, até que ouviu alguém pigarrear. Se assustou, pois não tinha percebido que tinha mais gente com ela. Suas amigas e a diretora estavam ali para vê-la, mas ela não queria ver ninguém, só queria ficar sozinha.

—Oi Hermione. Como você está? — perguntou Luna com um sorriso confortante. Não teve forças para responder, apenas olhou para Minerva, como quem pede ajuda pra sair de uma enrascada.

—Hermione, você quase me matou do coração. — disse Gina para a amiga que sorriu levemente, e como um sussurro quase inaudível, sua voz saiu.

—Meninas, obrigada por estarem aqui. — tentou dizer com todas as forças que encontrou.

—Hermione, ficamos muito preocupados, por que você fez isso? — perguntou Gina, um pouco aflita. Ela então lembrou-se por que estava ali e uma pequena lágrima escorreu pela sua bochecha lisa, deixando um rastro do seu olho até o canto de sua boca. Aquela lágrima gelada parecia que pesava uma tonelada. Carregada de amargura ao lembrar de seu bebê. 

—Você tem que me ouvir, por favor. — Disse Gina, puxando a atenção da amiga para si. — Não é o que você pensa. o Draco não traiu você. — Viu que Hermione ia dizer alguma coisa, então rapidamente, continuou antes que a amiga começasse seu discurso. — Eu sei por que eu usei seu vira-tempo. Eu voltei até aquela tarde e vi que nada era como você tinha pensado.

—Gina, a verdade é que- Hermione começou a falar, mas foi interrompida.

—Você não acredita, senhorita? Acha que ele não ama você? Quem doaria tanto sangue para uma pessoa que não ama? — ouviu-se uma doce voz atras dos quatro visitantes. — Senhorita, ele chegou hoje pela manha desesperado quando soube do seu estado de saúde, que até então era grave. A senhorita perdeu muito sangue precisava repor, então ele doou o dele, mesmo sabendo que era arriscado doar tanto sangue. Eu fiz a transfusão apenas por que ele insistiu. — dizia calmamente refazendo os curativos da paciente.

—Onde ele está? — perguntou com a voz trêmula. Tinha cometido um erro.

—Do seu lado, senhorita, naquela maca ali. — dizia a enfermeira apontando para a cama ao lado. Hermione até então, não tinha percebido. Tentou levantar-se para chegar até o garoto, mas foi impedida pelos presentes.

—Eu tenho que chegar perto dele, por favor. — insistia, deixando as finas lágrimas escorrerem livremente pelo seu rosto.

—Senhorita, se faz tanta questão, posso pedir para o Doutor colocar sua maca mais próxima a dele para que vocês fiquem juntos, mas terá de esperar um momento. Vou chama-lo. Inclusive, senhoras, o horário de visita ja esta no fim, vocês tem mais 4 minutos. Com licença. — Disse a moça e saiu pela porta.

—Hermione, você ouviu ela, a gente tem que ir, mas prometa que vai ficar bem, por favor. - suplicou Gina ao lado da maca, segurando a mão da amiga.

—É claro que ela vai ficar bem, Gina. Ela sempre fica. — disse Luna. Hermione deu um sorriso fraco. Luna estava certa. 

—Senhorita Granger, se cuide. E não faz nenhuma bobagem. Estimo sua melhora. Estamos lhe aguardando em Hogwarts. — disse McGonagall, forçando um leve sorriso.

Hermione esperou elas saírem pela porta e apurou a audição, para tentar ouvir algum possível ruido de alguém do lado de fora do quarto, mas nada ouviu, então ela olhou para o lado e viu Malfoy inconsciente. Ainda com dores e meio tonta, tentou levantar-se da cama sozinha, mas esqueceu-se do tubo que estava preso em seu peito e no meio do caminho, ela e o pequeno cano de borracha se separaram, e isso fez com que a morena, já fraca, caísse no chão desmaiada.

o Leão e a CobraWhere stories live. Discover now