"Caí"

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Astória Greengrass e Pansy Parkinson foram transferidas para uma escola de jovens infratores na Noruega pelo feitiço lançado em Hermione, mas Antes de ir embora, Astória se aproximou.

—Granger, talvez eu não seja a pessoa com quem você mais queira falar agora, mas isso é importante. Pode me dar cinco minutos? — chamou. 

—Fale. — respondeu Hermione.

—Draco Malfoy nunca amou ninguém. Mas com você é diferente. Ele te carregou nos braços até a enfermaria, fez suas lições, cuidou de você. Eu nunca o vi fazer nada assim. Por favor, cuide dele por mim. 

Hermione estava ainda mais confusa. Não queria conversar agora, com ninguém. Foi para o banheiro da Murta-que-geme. Sentou-se em uma dos boxes e ficou la. Perderia ainda mais aulas, mas já tinha nota suficiente. 

Aproveitou quando o corredor estava silencioso e saiu de lá. Caminhou pelo pátio, esgueirando-se por trás de árvores e arbustos, até chegar no salgueiro lutador. 

Com um galho longo, aperou o nó no tronco, e o salgueiro ficou imóvel. Ela passou pelo buraco na raiz da árvore. Era o único lugar de paz que ela poderia encontrar. 

Passou pelo túnel subterrâneo, escuro e úmido, até chegar na casa dos gritos. Uma das noites que mais sentiu medo em sua vida fora ali, naquele casebre velho. Mas agora, tudo o que sentiu voltando alí, era paz. 

Com um simples aceno de varinha, ela limpou a casa inteira. O grosso pó que cobria todos os móveis, sumiu em segundos. A casa parecia habitável novamente. Ela sorriu e sentou-se na poltrona que ficava em frente a janela. 

O tempo começava a esfriar novamente, e ela observava pela vidraça as folhas das árvores balançando com o vento. 

Ela acabou por adormecer sentada na poltrona. Acordou com dor no pescoço. Já havia anoitecido, e fazia um enorme tempestade na rua. 

Ela levantou-se da poltrona. Estava com frio, deveria voltar para o castelo. Quando estava chegando no porão da casa para entrar no túnel, se sentiu fraca. Não comeu nada durante o dia. 

Sentiu as pernas fraquejarem, mas se manteve de pé. Tinha que voltar para o castelo. Estava com frio. Os pelos de seu braço estavam arrepiados. 

Ela foi caminhando boa parte do percurso escorando-se na parede. Ao fim do túnel, ela estava demasiado fraca para continuar. Não deu tempo de passar pela árvore, que logo voltou a se mover. Um dos galhos acertou Hermione em cheio, que caiu no chão. 

Ela acordou atordoada de madrugada. Estava em sua cama, quente e confortável. Ao lado de sua cama, um prato de sopa e um bilhete: "coma". 

Ela andava muito desleixada com suas refeições. Tinha dias que nem comia nada. E não era por birra, ou greve de fome, ou qualquer outro motivo. Simplesmente esquecia. 

Estava morrendo de fome, então bebeu toda a sopa. Escovou seus dentes e voltou a dormir. 

No outro dia de manhã, ao olhar-se no espelho, levou um grande susto. Havia um enorme hematoma na lateral de seu tórax e outro no seu rosto, decorrente do tombo que levara quando a árvore lhe acertou. 

Tentou cobrir com maquiagem, ms não conseguiu. Deu-se por vencida, pôs seu uniforme e seguiu para o grande salão. Recebeu muitos olhares, e pessoas cochichando por onde passava, mas manteve-se firme e foi para o grande salão. 

Sentou-se no seu habitual lugar o lado de Gina Weasley que logo deu um berro quando viu a amiga. 

—Hermione! O que aconteceu com você? — Gina examinava o rosto da amiga. 

—Eu estava fazendo um estudo de campo para Herbologia e cheguei perto de mais do salgueiro lutador. 

—Céus, como você consegue ser assim? — Gina revirou os olhos. 

Chegando na aula de trato das criaturas mágicas, Hagrid mandou-a para a Ala Hospitalar. 

—Não acredito que com esse ferimento horrível você ainda se prestou a vir para a aula! Oh, não. Não mesmo. Vá para a enfermaria imediatamente. — disse ele.

Ia chegando na Ala Hospitalar quando escutou conversas na dentro e parou na porta para ver o que era. 

—Caramba, mulher! Você não consegue ser mais delicada? — praguejou ele.

—Eu estou tentando Senhor Malfoy, mas seu ferimento está muito feio. — dizia madame Pomfrey. — Ajudaria muito se o senhor me dissesse como se machucou. Sabendo a causa do ferimento é mais fácil encontrar a cura. 

—Já disse que eu estava treinando Quadribol e caí. 

—Uma queda não ia causar um corte desse tamanho nas suas costas. — disse a enfermeira, levemente indignada. 

Malfoy praguejava baixo, sentado em cima de uma maca, sem camisa. Estava com um enorme corte nas costas. 

—Com licença, Madame Pomfrey. Hagrid me mandou vir aqui. — Hermione bate na porta. 

—Ah, céus! Mais uma que caiu jogando Quadribol? — exclamou madame Pomfrey. 

— Oh, não. — ruborizou levemente ao ver Malfoy sem camisa. — Eu estava estudando Herbologia no pátio e acabei chegando perto de mais do Salgueiro Lutador. Fui atingida por um galho. 

— Tudo bem, sente-se aqui. — apontou estrategicamnte para a maca ao lado de Malfoy. — Seus ferimentos são só estes do rosto? — perguntou a mulher, anotando algo na prancheta. 

—Eu tenho um no tórax também. — levantou sua blusa, deixando barriga e costelas à mostra. 

—Vocês deviam tomar mais cuidado ao fazer suas atividades. — disse ela. — Eu já volto. — saiu da sala. 

—Como se machucou? — perguntou Hermione para seu colega. 

—Caí treinando Quadribol. — respondeu ele, sem virar para ela. 

—E o chão estava coberto de madeira? Por que eu estou vendo as farpas na sua pele daqui. 

—Será que você pode me deixar em paz? — virou-se, finalmente, para a garota. 

—Foi você que me resgatou? 

—Não sei do que está falando. — virou-se de costas novamente e ficou em silêncio. Hermione também não disse mais nada. 

o Leão e a CobraDonde viven las historias. Descúbrelo ahora