Sonserina com problemas de raiva

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E então Hermione nem se importou em ir até seu quartou buscar um casaco antes de sair dali. Passando pelo pátio, viu uma vassoura jogada no chão, e ela a roubou.

Deu uma risada sem ânimo enquanto saía do chão, subindo cada vez mais alto. Faziam algumas semanas desde que havia voado pela última vez.

E ela foi em direção à Hogsmeade, passando por cima de uma parte da floresta. Seguiu a fumaça que saía das chaminés do vilarejo. Ela não sentia nem uma pontinha de frio. Provavelmente o ódio que ela estava sentindo seria o suficiente para aquece-la durante alguns dias.

Ela soltou as mãos da vassoura e abriu os braços no ar. Respirou com força, puxando longas lufadas de ar.

Precisava se sentir viva. Precisava acordar desse pesadelo.

E então ela abriu os olhos. Tinha que parar de pensar isso. Tantas vezes pensava isso e acabava fazendo alguma bobagem, colocando sua vida em risco. Precisava lembrar a si mesma que ela não estava inerte. Que ela já estava vivendo. E que não precisava acordar de nada, pois ja estava acordada.

Ela inclinou a vassoura para cima quase verticalmente e subiu com muita velocidade. Parou la no alto do céu, quando o vilarejo parecia uma formiguinha no chão lá em baixo, coberto de neve.

—Deixe de ser uma covarde. — disse para si mesma. — Deixe de ser uma covarde. Pare de fugir. — disse para si mesma. — Deixe de ser uma covarde! — gritou para ela, com muita raiva. Sentiu seus olhos faíscarem. — Enfrente! Deixe de ser uma covarde! — gritou ela.

E ela deu muitas voltas no ar até se acalmar. Voou e voou, até as montanhas, até o vale chamuscado, até qualquer outro lugar que ela jamais ouvira falar. E depois ela voou de volta. Para onde era seu destino original.

O cabeça de javali.

Ela entrou no ambiente, abarrotado de beberrões e bruxos de caráter duvidoso. Olharam esquisito para ela, conforme ela dava seus passos pesados em direção ao balcão, mas ela literalmente não se importou.

Carregava a vassoura em uma das mãos.

—Aberforth. — disse ela, em cumprimento.

—Senhorita Granger. Está diferente do que me lembrava. — disse ele, passando um pano imundo em uma caneca.

—Logo sairão as notícias no Profeta Diário e você vai entender. — disse ela, despreocupada, tambolirando os dedos sob o balcão de madeira. — No momento quero uma caneca transbordando de whisky de fogo. — disse. Ele olhou-a de cima a baixo mas não fez nenhum comentário. Virou-se para trás, em direção à cozinha, cuspiu no chão e então desapareceu por trás de uma porta de madeira caindo aos pedaços.

Um homem muito sujo, e com uma barba desgrenhada aproximou-se dela. Passou um braço por cima do ombro de Hermione e ela sentiu o cheiro de álcool que ele exalava. E então aquela criatura asquerosa abriu a boca num sorriso amarelo muito malicioso.

—Aqui não é lugar para uma princesinha como você. — disse ele. Hermione conteve uma cara de nojo.

Apontou a varinha para ele.

—Tire suas mãos imundas de mim antes que eu o transforme no porco que você realmente é.

E então, cambaleando o homem se afastou.

—Já estão te incomodando? — perguntou Aberforth, que acabara de chegar, trazendo uma garrafa de vidro muito grande com um líquido laranja dentro e sem rótulos, e uma caneca. Ele estava mordiscando um palito de madeira, que balançava na boca dele.

—Nada que eu não consiga afastar com algumas palavras um pouco rudes ou umas azarações básicas. — disse ela, finalmente soltando a vassoura e apoiando-a no lado do balcão. —Bêbados demais para conseguirem se defender. — disse ela, dando de ombros. Aberforth deu uma risada, servindo o whisky na caneca para Hermione.

o Leão e a CobraWhere stories live. Discover now