o Leão e a Cobra

Oficializando

Malfoy saiu do salão comunal, onde entrara a pouco tempo para conversar com Gina. Desceu os degraus de pedra fria, passou pelos corredores vazios e chegou até a porta branca da enfermaria. Entrou na enfermaria e viu Hermione deitada em sua maca. Isso já estava virando um hábito, ele riu com ese pensamento.

 Madame Pomfrey saiu para buscar algumas poções. Ele se aproximou de Hermione e viu seus lábios ressecados.  Suspirou. Foi até o armário, pegou alguns algodões, encheu um pequeno pote com água morna e sentou-se do lado de Hermione, hidratando com cuidados seus frágeis lábios.  

Ela está também muito pálida e magra.  De repente ela começa e se mexer devagar e balbuciar sons sem nexo, neste exato momento madame Pomfrey chega e começa a medicar Hermione. Logo mais, Hermione abriu os olhos, mas incomodada com luz, fechou-os novamente. Malfoy cobriu a luz com a sua mão para que ela pudesse abrir os olhos novamente. 

—Draco? — remexeu-se, olhando em volta — Onde eu estou? — perguntou com a voz fraca e uma expressão confusa estampada no rosto.

—Na Ala Hospitalar. Que bom que acordou. — sorriu para ela. Teria que contar para ele uma hora ou outra. 

—Quanto tempo de aula eu perdi? — fechou os olhos de novo, tentando tirar o outro pensamento de sua cabeça.

—Isso não importa agora. Oque importa é que você acordou e logo você voltará para nosso salão comunal. — eu continuou a sorrir, para passar-lhe confiança.

—Diga, Draco. — pediu.

—Três semanas. Mas não se preocupe, a professora McGonagall remarcou seus exames e você está dispensada das lições. — disse carinhoso, alisando seus cabelos. 

—Mas...- ela tentou contestar.

—Não tem "mas", Hermione. Você não entende que tem que ficar aqui? Tem que ficar descansando. A pancada foi forte. 

—Eu tenho que te contar uma coisa. — disse ela, encarando-o por uns instantes. Ele ficou esperando que ela começasse a falar. Ela tentou escolher as palavras, mas não existia palavra no mundo que tornasse mais fácil dizer, então ela simplificou. — Íamos ter um bebê.

Ele ficou a encarando, sério. Como se as palavras ainda não tivessem adentrado seus ouvidos, como se não conseguisse processar essa frase. Só pareceu entender o que Hermione havia dito quando ela deixou a primeira lágrima escapar. 

—Íamos o que? — franziu o cenho. 

—Eu cometi um erro. — disse ela, sentindo seus olhos se encherem mais. 

Ele a abraçou, abraçou-a com força, sentindo as lábrigmas pesando em seus olhos. Nunca chorou na frente de ninguém antes. 

—É tudo culpa minha. — disse ela, com a voz embargada. 

—Não, claro que não. — ele secou as duas únicas lágrimas que deixou se desprenderem e a soltou do abraço. — Você sofreu um acidente, não tinha como impedir. 

—Eu sabia que você não tinha me traído, Draco. Eu sei, você jamais faria isso. Eu precisava de um pretexto para fugir. — disse ela. Sentiu como se seu estômago tivesse colado nas costas. 

—Fugir? — essas palavras o atingiriram como um soco? — Você ia fugir de mim com nosso bebê? 

—Sim. Tive medo que você jamais fosse aceitar. Que você não fosse querer um bebê, ainda estamos na escola, e com tudo o que aconteceu. — ela dizia, entre as lágrimas. Ele sentiu um amargo na boca. NUnca havia se sentido assim. 

—Você não confiou em mim. — disse mais para si mesmo do que para ela. —Eu faria tudo por você. — dise olhando nos olhos da garota. 

Madame Pomfrey chegou na enfermaria.

—Agora o senhor tem que ir. O horário de visitas acabou. — disse madame Pomfrey, o enxotando da enfermaria. 

ele foi embora sem olhar para trás. 

♦♦♦

—Gina, não precisa ficar assim. — disse docemente, piscando seus grandes olhos, que pareciam mais duas bolitas de vidro.

—Desculpa, Luna. Fiquei sem jeito, só isso. — Gina disse, ficando levemente rosada.

—Não precisa disso... Me desculpe também.

Por longos minutos ficaram em silêncio, de repente, Gina quebrou-o.

—Luna, acho que eu estou confusa. Até hoje eu achava que gostava de meninos... - disse ela, olhando para os terrenos da escola.

—Talvez você goste de ambos. — respondeu sorrindo. — Eu sou assim.

—Assim como? — Gina perguntou confusa.

—Bissexual. 

Gina ficou pensativa. Talvez fosse verdade, mas na realidade, nunca tinha parado pra pensar sobre essas questões.

—Talvez a gente pudesse fazer um teste. — disse ela para Luna. — Se eu gosto de você, e você gosta de mim. — disse Gina se endireitando. —Talvez pudessemos-

—Namorar. — completou sorridente. 

—É. — ela se limitou a dizer. 

—Então deixe-me tornar isto oficial. — disse divertida e ajoelhou-se na frente de Gina, pegando sua mão. — Gina, você quem namorar comigo? 

Ela se ajoelhou na minha frente, olhou nos meu olhos e disse sorrindo:

—Quero. — e se beijaram novamente. 

—Oh, veja, ja está quase na hora do almoço! — Luna disse, consultando o relógio.

—Então vamos.

—É, vamos. — Luna respondeu sem ânimo. Não queria sair de onde estava. Foi surpreendida. Gina entrelaçou seus dedos nos dela. 

—Namorados fazem isso, não? — disse. Luna sorriu.

Conversaram durante todo o trajeto, recebendo muitos olhares curiosos. Era, provavelmente, o primeiro casal homossexual que se fez presente em Hogwarts. Entraram, ainda de mãos dadas, no grande salão, fazendo com que todas as quatro casas olhassem para elas. 

Gina levou Luna até sua mesa e deu-lhe um beijo na bochecha.

—Até depois, Luna. 

—Até depois Gina.

Não se importando nem um pouco com os cochichos à volta, Luna comeu alegremente aquela deliciosa lasanha. 

Gina sentou-se à mesa da Grifinória. Escutava cochichos enqunto se servia de bife com batatas assadas. Terminou de comer e se encontrou com Luna na escada.

—Luna, eu vou mandar uma carta para a minha mãe. Me encontre ás 13:00 no jardim.  

Chegou em seu quarto, pegou um pedaço de pergaminho, molhou a pena na tinta e começou a escrever. 

"Mamãe.

Estou namorando uma menina.

Espero que me entenda. 

Ela é muito especial para mim, gosto muito dela.

Espero que você me apoie.

Estou namorando Luna Lovegood, nossa vizinha. 

Um abraço e um beijo.

Amo você.

Gina. "

Mandou a coruja, se arrumou e desceu para o jardim, para esperar Luna.