Irmã

161 16 1
                                    




Chegou finalmente a véspera do Natal.

Hermione acordou e levantou-se com dificuldade, sua cabeça girava. Escutou uma risada do outro lado do quarto. Abriu os olhos e sentou-se na cama. Olhou para o outro lado do quarto. Daphne já estava de pé e estava vestida. E sua cama, como sempre, impecavelmente arrumada.

—Bom dia, Granger. Acho que você se passou um pouquinho ontem, não? — comentou ela. Mas não usava um tom de julgamento. Se aproximou da cama de Hermione. — Aqui, bebe isso.

Era uma xícara de café.

—Obrigada, Greengrass. — disse ela.

E as duas ficaram em silêncio até que Hermione terminasse de tomar o café — o que demorou alguns minutos.

—Quer me contar o que exatamente aconteceu ontem depois de eu sair daqui? — Daphne escorou-se na estante de Hermione.

—Posso resumir? — perguntou Hermione, erguendo seu olhar para a garota de pé à sua frente. Ela revirou os olhos mas concordou com a cabeça. — Draco chegou aqui agindo muito esquisito, saiu correndo de mim, fiquei mais um tempo no quarto sem fazer nada, decidi tomar um chá, fui até a cozinha e quando estou chegando lá vejo ele e Bulstrode muito próximos, e eles estavam falando algo sobre não me contarem nada para não me magoar, e que eram só dois amigos passando algum tempo juntos, — Hermione sentiu de novo aquele gosto amargo em sua boca ao se lembrar, sacudiu a cabeça para arrancar essa lembrança. — depois saí de lá, fui até o pátio, roubei uma vassoura, fui até o cabeça de javali, bebi algumas canecas de whisky de fogo, Minerva foi me buscar, eu fugi dela, voei um pouco em volta do colégio, voltei no cabeça de javali, ameacei queimar aquela espelunca até o chão, ganhei uma garrafa de whisky e voltei pra cá.

Disse ela quase num fôlego só.

—Essa é a versão resumida? — Daphne deu uma risada alta. —Caramba, Granger. Você é muito mais interessante do que eu achei que fosse. — disse ela. Hermione a censurou com os olhos. — Ok, certo. Vamos ver o que podemos fazer em relação à desgraçada da Emília.

—Por que você não gosta dela? — perguntou Hermione, levantando-se e caminhando até o armário para se vestir.

—Por que alguém gostaria? É uma falsa. — respondeu.

—E ser uma cobra não é que faz das pessoas sonserinas? — perguntou Hermione, bufando uma risada. Daphne levou a mão ao peito, e abriu a boca, parecendo horrivelmente ofendida.

—Oras, mas é claro que não! Um sonserino que se preze despeja todo o seu descontentamento logo de cara. Não faz a linha passivo-agressivo, já faz logo a agressivo-agressivo. — disse e foi pisando duro até a porta. — Eu não gosto de gente que fica se fazendo de bonzinho e apunhala pelas costas. — disse ela. Enigmática demais para o gosto de Hermione.

—Ok. Não faremos nada com Bulstrode hoje. É Natal, e eu só quero jantar tranquilamente. Vamos deixar a vingança para amanhã.

—Certo. Vingança para amanhã. — disse ela. se afastando da porta e se aproximando de Hermione. Ela parecia meio sem jeito.

—Você... Você vai fazer algo hoje? Durante o dia? — perguntou ela. Hermione estranhou a pergunta.

—Não. Não tenho planos. — respondeu, avaliando as feições de Daphne.

—Quer passar o dia comigo? — convidou. Hermione não esperava mais um convite voluntário para que as duas ficassem próximas durante um dia inteiro.

—Sim. Seria legal. — respondeu ela, por que se não fosse com Daphne, passaria o dia sozinha.

—Eu geralmente passo a véspera do Natal com Astória e Pansy, mas esse ano não vai rolar, né. E eu não queria passar sozinha. — disse ela, mexendo na própria mão. O olhar dela parecia perdido em algum lugar, e Hermione entendeu que Daphne também se sentia extremamente solitária.

o Leão e a CobraOnde histórias criam vida. Descubra agora