E para sempre!

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— Doutor, o senhor tem certeza que estava vendo duas crianças aí!?

— Olha, a não ser que meus 20 anos de médico obstetra tenham sido mentiras... Sim, tenho certeza. — O doutor responde rindo, enquanto observa a pequena tela com o que parece ser o bebê de Jade e Nicholas... Ou melhor, os bebês!

Já fizeram um pouco mais de 5 meses que Jade e Nicholas receberam a notícia que seriam pais de gêmeos. E desde então, todo o mês que eles vão a consulta para saber como estão os bebês, Nicholas faz essa mesma pergunta para ter certeza que ali tem duas crianças e não uma.

Jade, por outro lado, já aceitou que o trabalho será dobrado mas está feliz de ter “duas sementinhas em sua barriga”, como diz Ravi.

— Mas e o sexo!? Até agora não temos nem ideia. — Jade pergunta, olhando esperançosa para o médico já que ela está esperando saber o sexo desde aquele teste positivo em seu banheiro.

O médico fica em silêncio, analisando sério o visor enquanto Jade e Nicholas permanecem de mãos dadas, intercalando os olhares entre o médico e a televisão.

— Vocês já tem ideia dos nomes? — Ele pergunta, por fim, parando de mexer com o transdutor e entregando uma toalha para Jade limpar a barriga.

— Bom, se for meninas, eu escolhi Sophie e Emma. E se for meninos, a Jade escolheu  Pedro e Charles.

— Bom, então acho melhor vocês pensarem mais um pouco.

— Por que? — Jade questiona, se levantando com cuidado e com a ajuda de Nicholas.

— Porque é uma menina e um menino. Parabéns, é um casal!

Jade arregala os olhos e Nicholas se senta assim que o doutor dá a notícia. Por mais esperto que eles fossem, por incrível que seja, nenhum dos dois cogitavam sequer a ideia de ser um casal. Podia ser duas meninas ou dois meninos.
Mas um casal?

Jade caminha até Nicholas com o sorriso no rosto, agora menos espantada e dá uma leve inclinada para frente dando um beijinho da boca de Nicholas.

— Como nós dois somos burros. — Ela diz, fazendo Nicholas trocar a expressão espantada por uma gargalhada.

(...)

Até hoje, a polícia não entende exatamente o porquê de não haver restos dos corpos de Meredith e de Ethan. Certo, o fogo acaba com tudo e todos mas, de acordo com a perícia, ao menos a arcada dentária dos dois deveriam estar ali.

Mas, pelas circunstâncias, o caso foi dado como encerrado assim que Scarlett foi condenada. E depois, morta na prisão, que também não foi algo que deram muita atenção já que ela era só mais uma de várias que morreram dentro daquele presídio.

Mas, Ethan e Meredith sempre estavam a frente de tudo e todos. Ou melhor, no momentos estavam há milhares de quilômetros de todos. No Japão.

— Nós nos livramos mas a cicatriz permanece na minha perna. — Meredith diz, se olhando no espelho e passando levemente a mão pela sua coxa.

Naquela noite, depois de Scarlett ter tacado fogo em tudo, os dois conseguiram fugir pela parte de trás do galpão, onde se encontrava o carro de Ethan. O galpão era dele, ele conhecia a passagem que ninguém ali sabia. E por mais que o galpão não tivesse muitos cômodos, ninguém percebeu.

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