Bônus - Jade

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Jade:

— Eu não vejo mais meus pés.

Dou uma risada, acariciando minha barriga que já está enorme apesar de eu estar caminhando pra seis meses de gravidez.

Tem sido dias complicados. Gravidez é uma missão. Eu estou sempre passando mal mas bem menos que no começo. Fora a ansiedade que não cabe dentro do meu peito em saber se é menina ou menino, o médico nunca nos diz. Daqui a dois dias temos outra ultra marcada e o médico disse que talvez já consiga identificar o sexo do nosso bebê...

— Filho, papai está muito ansioso pra te conhecer logo. Não demora muito aí dentro não. — Nicholas diz sorrindo e deposita um beijo em minha barriga logo em seguida.

— Filha. — O corrijo. — Nossa filha não vai demorar muito aqui dentro, tenho certeza.

— Posso conversar com meu filho?

— A vontade. — Dou uma risada.

— Sua mamãe é muito chata, sabe? Ela vive dizendo que você é menina mas eu sei que você é um meninão lindo. Mas eu amo ela muito. Apesar de ser chata. — Ele sussurra perto da minha barriga. — Ela é a mulher da minha vida.

Observo ele me olhando e um sorriso largo escapa dos meus lábios. É incrível a forma que ele consegue ser mais perfeito a cada dia.

— Eu te amo muito. Você é um gostoso e um marido perfeito. — Faço ele se levantar e o dou vários beijinhos em seus lábios. — Mas é menina.

— É menino.

— É menina. — Repito fazendo com que ele revire os olhos e segure meu rostos entre as mãos.

— Eu já te falei que é menino. — Ele deposita um beijo demorado em meus lábios. — Um rapazinho lindo que vai ser a minha cara.

— Eu duvido. — Dou de ombro. — Vai ser uma menina linda que vai ser a minha cópia.

Embora a gente não tenha ideia do sexo, estamos convictos de nossas apostas. Mas que independente do que vier, seremos extremamente felizes da mesma forma.

Minha vida está perfeita, e eu não duvido nem um pouco disso. Eu duvidava que alguém podia ser feliz completamente. Mas aqui estou eu. Feliz e realizada.

Esperando um bebê do homem que eu amo. Do homem que me conquistou. Do homem que eu odiei. Do homem que foi o meu primeiro amor. Do homem que cada diz me faz ficar mais apaixonada por ele. É ele, sempre foi ele e sempre será ele.

No dia em que fizemos o teste, e descobrimos que eu estava realmente grávida foi uma doidera. Eu fiquei surpresa embora já imaginasse. Choramos muito, rimos muito. E agora estamos aqui esperando ansiosamente pra saber o sexo do nosso bebê.

Nós dois demoramos muito pra decidir qual seria o nome se fosse menina, e qual seria se fosse menino. Mas depois de uma longa pesquisa e conversa, chegamos a uma conclusão.

Se for menina, decidimos colocar Emma. Tanto eu, quanto Nicholas gostamos bastante do nome. E também era o nome da avó de Nicholas, que ele era muito apegado quando mais novo.

Se for menino, escolhemos Pedro. Nada mais justo de colocar o nome da pessoa que me salvou e que sem ele eu não estaria aqui hoje. Seja lá onde ele estiver, tenho certeza que ficou feliz com isso. Mas jamais seremos capaz de agradecê-lo pelo que fez por mim, nem mesmo pondo seu nome em nosso bebê.

(...)

— Mia, você que sente as coisas. Você sente que meu bebê é uma menina ou menino? — Pergunto a ela, me sentando de forma desajeitada ao seu lado em sua cama

— Eu não sei... — Ela da uma risada olhando pra minha barriga. — Eu não tenho nenhum tipo de intuição em relação a seu bebê.

— Você sempre tem intuição de tudo.

— Eu sei, mas seu bebê me deixa confusa. — Ela dá de ombro. — Eu acho que terei uma afilhada mas as vezes acho que terei um afilhado. Nunca tenho uma opinião certa. Mas por enquanto eu acredito que seja menina. — Ela dá uma gargalhada.

— Se você diz, eu acredito.

E acredito mesmo. Ela sempre acerta, inclusive como acertou naquele final de semana que mudou nossas vidas. Bem capaz dela acertar minha gravidez também.

Minha mãe e tia Joana estão amando o fato de serem vovós. Estão mais ansiosas que eu. E Ravi... Bom, até que está gostando, o que é surpreendente.

Ele não gosta por nada de Ayla, mas até que da minha gravidez ele parece estar gostando. Ele diz que estou com barrigão muito bonito e que a tal da cegonha tem que parar de ficar jogando esses bebês na nossa família. Acho que ele nunca vai esquecer a história da cegonha que Nicholas disse pra ele.

Mas de Ayla ele realmente não aprendeu a gostar. Ele sempre olha emburrado pra ela.
Mas com certeza com o tempo eles vão se gostar mais. Vão virar melhores amigos, quem sabe.

É engraçado porque essa história me faz me lembrar de algo. Eu conheço muito bem esse filme. E sinto que ele vai se repetir...

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