Inimigos De Infância

Capítulo Quarenta e Um

Jade:

— Você está linda. — Nicholas fala pegando em minha mão e me fazendo dar uma
rodadinha.

— Obrigada, você também está bonitinho. — Falo dando um beijo em sua bochecha e entrando no seu carro.

Iremos jantar hoje. Um encontro, eu acho. Ele não nomeou como isso mas duas pessoas saindo pra jantar de noite é o que? Um encontro.

O nosso namoro falso irá continuar. Confesso que não era exatamente o que eu queria, mas não sei se estou certa o suficiente do que eu sinto por ele pra levar isso mais um pouco adiante. Talvez eu precise de um tempo, pra organizar tudo. Porque eu posso estar apaixonada por ele mas também posso apenas estar encantada.

Eu sei que esse namoro falso nem serve mais de nada. Mas eu também não quero ser só amiga dele, como também não quero ser uma namorada de verdade, não por enquanto.

Observo ele concentrado na estrada, enquanto analiso cada detalhe do seu rosto. Sua boca rosada, seus olhos castanhos, seu maxilar marcado.

— O que foi? — Ele pergunta com o sorriso sambando em seu rosto ainda concentrado na estrada a sua frente.

— Nada. — Digo rindo e me virando pra frente.

Meu mal é não saber ser nem um pouco discreta. Eu simples fiquei olhando ele sem nem pensar na possibilidade dele notar. E ele notou.

— Você se lembra da festa de Scarlett?  — Ele pergunta me olhando rapidamente e voltando sua atenção pra estrada.

— Não muito, bebi demais e só lembro das coisas antes de eu começar a beber.

No mesmo instante, as lembranças do dia após aquela festa vem em minha mente. Acordei com dor de cabeça, aquela foto, minha mãe cancelou o almoço com Meredith porque eu não sabia fazer nada a não ser chorar...

Ele dá uma risada que ecoa por todo o carro, enquanto joga sua cabeça pra trás.

— Tá rindo do que?

— Então você não se lembra que me pediu pra te beijar também, não é?

No mesmo segundo, sinto meu rosto queimar e escondo meu rosto entre minhas mãos. Eu não acredito que eu fiz isso. Bem que dizem que álcool faz as pessoas ficarem mais sinceras. Não minto, é impossível olhar pra Nicholas sem querer beijar a boca dele, mas eu também jamais diria isso de forma tão... Reta.

— E o que você disse?

— Disse que não ia te beijar porque você estava bêbada. E você disse que queria antes mesmo de beber mas não tinha coragem, e o álcool deu a coragem que faltava. E depois ficou emburrada comigo porque eu não te beijei.

Dou um risada tentando ficar menos constrangida ainda. Eu nunca mais irei botar uma gota de álcool na boca e nem fazer coisas do tipo. A pessoa bêbada não pode ser levada a sério. Embora eu não fosse reclamar caso ele me beijasse, ele estava mais que certo em não ter feito isso por eu estar bêbada.

— E se eu não estivesse bêbada? — Pergunto olhando para ele.

— Eu não pensaria duas vezes.

(...)

— Meu Deus, aqui é tão lindo.

Digo, após Nicholas estacionar em um restaurante a beira mar perfeito. O restaurante é localizado há poucos metros da areia, dando vista para o mar calmo mas barulhento. Com o céu estrelado e a lua parecendo estar beijando o mar. É o cenário incrível.

Ele pega em minha mão e  adentramos pelo restaurante. De primeira, vejo vários casais e um clima super romântico no ar com uma musica calma de fundo. O restaurante tem umas luzes meio alaranjado, reforçando ainda mais o clima romântico.

Sentamos em uma mesa que tem uma rosa depositada em cima dela, assim como todas as outras. A mesa em que sentamos, fica ao lado da janela que dá vista direta para o mar.

Enquanto Nicholas faz o pedido, me concentro na música instrumental suave, que faz com que eu feche meus olhos e eu sinta a brisa do mar balançando suavemente meus cabelos e tocando meu rosto delicadamente, me trazendo uma sensação de paz e tranquilidade.

— Você gostou daqui, pelo jeito. — Nicholas fala, fazendo eu abrir meus olhos para olhá-lo, que mantém um sorriso no rosto.

— Eu achei incrível. — Digo dando um sorriso. — Por que escolheu esse restaurante?

— Porque imaginei que você fosse gostar. E também porque o clima daqui é bem...

— Romântico? — O interrompo, fazendo ele dar uma risada concordando com a cabeça. — Eu gostei, ninguém nunca me trouxe em um restaurante assim.

Ela da um sorriso apoiando seu rosto em suas mãos, enquanto me olha como se quisesse decifrar cada detalhe meu. Um olhar diferente e tão intenso, um olhar que só ele tem, um olhar que me desmonta por completa.

Não sei o que é, e nem o que ele faz. Mas ele mexe comigo de uma forma que ninguém nunca mexeu antes.