Capítulo Setenta e Cinco

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Jade:

Abro meus olhos lentamente, fazendo uma dor forte em minha nuca se intensificar a cada tentativa falha de me mexer.

Tento levar minha mão até meu rosto, mas não consigo por ela está... Acorrentada?

Olho em volta, tentando assimilar o lugar que eu estou. O que está acontecendo?

Sinto minha respiração ficando descontrolada, e um medo tomar conta do meu corpo ao perceber a real situação e todos os acontecimentos anteriores vem a minha cabeça. Eu fui... sequestrada?

— S-Socorro. — Tento gritar, mas minha voz acaba saindo falha e baixa. Eu me sinto fraca, mal consigo me mexer. — Socorro.

Minha voz soa um pouco mais alta, fazendo a porta preta a alguns metros de distância de mim, se abra e revele um homem alto e forte, todo vestido de preto.

— Me tira daqui...

Ele para em minha frente, cruza os braços e fica me olhando sem dizer uma palavra.

Mas o que está acontecendo aqui? Meu Deus, eu estou literalmente acorrentada a uma parede, deitada em um colchão sujo num quarto minúsculo, com as paredes brancas e mofada.

— Fala alguma coisa... O que está acontecendo? — Sussurro, sentindo meu corpo ficar cada vez mais nervoso e meu coração acelerado.

Meu corpo inteiro dói, mas minha cabeça dói muito mais. Tenho certeza que tem a ver com a pancada em minha nuca no baile, que foi a última coisa que eu me lembro.

Não sei por quanto tempo estou aqui, nem por quanto tempo eu sumi. O medo parece me consumir, parecendo ser ainda pior que minha dor física.
Não sei o que aconteceu, nem o porquê estou aqui e o que vai me acontecer.

O homem alto me olha por mais alguns minutos, e saí pela porta a trancando, fazendo com que eu crie forças pra gritar mais forte ainda por socorro.

Possivelmente não deve ter pessoas ao redor que podem me ajudar.

Aos poucos, minha voz vai se cansando e eu vou cessando, sentindo minhas lágrimas esquentarem meu rosto.
Eu estou completamente atordoada. Estou acorrentada, em um colchão, sabe se lá por quanto tempo e o motivo. É o pior dos cenários possíveis.

Respiro fundo algumas vezes, tentando controlar a respiração, mais uma vez. Tento me sentar no colchão, com dificuldade por causa das correntes.

Eu ainda estou com o vestido do baile, ele está um pouco sujo mas não estaria desse jeito se eu estivesse há tempos aqui.

Ouço alguém mexendo na fechadura da porta, que logo é aberta. Sinto todo o meu corpo paralisar e arrepiar assim que vejo quem é.

— Meredith?

— Como vai, querida? — Ela põe um sorriso assustador em seu rosto, se agachando ao meu lado.

Não posso acreditar que é ela que está por trás disso tudo. Ela mantém um olhar que faz cada músculo do meu corpo tensionar e eu tente recuar pra trás embora não consiga.
Como ela pôde fingir tão bem esse tempo todo? Como ela foi capaz de ser tão suja assim?

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