Capítulo Sessenta e Um

33K 3.2K 1.6K
                                    


Nicholas:

Eu daria de tudo pra saber de quem é esse sangue que vai salvar a minha vida.

— Você perdeu muito sangue, por isso precisa dessa transfusão. Sem ele, você não iria sobreviver. — A doutora me explica

Observo o saquinho de sangue posto ao lado da minha cama, enquanto a enfermeira fura meu braço e uma espécie de sonda liga o meu braço com o saquinho de sangue.

— De quem é esse sangue?

— De uma pessoa compatível com você.

Acho que esse acidente, foi de longe, umas das coisas mais doidas que aconteceram em minha vida. Eu não me lembro muito bem do que aconteceu depois do acidente. Só me lembro de ter perdido o controle do volante e ter batido em outro carro, e depois tudo apagou.

Eu tinha ido andar de carro atoa. Eu não tinha muito o que fazer e estava no tédio, então resolvi andar e apreciar as paisagens. Se eu imaginasse que isso ia me gerar um acidente, teria ficado em casa.

As enfermeiras disseram que cheguei consciente aqui e ainda dei o número da minha mãe. Mas eu não me lembro de absolutamente nada, nem mesmo de flashes.
Elas também me disseram que o motorista do outro carro não se machucou muito e que o mais prejudicado foi eu, porque além de tudo o carro ainda capotou.

Jade não saiu do meu lado desde que acordei, exceto na hora que a doutora chamou ela pra falar algumas coisa, ela voltou dizendo que ia fazer uma coisa e já voltava. Voltou depois de uns trinta minutos, e não me disse por nada o que ela foi fazer.

— O que é isso no seu braço? — Pergunto, apontando pro braço de Jade, que tem tipo um adesivo branco colado.

— Isso? — Ela olha pro braço, parecendo procurar a resposta. — Me cortei.

Volto minha atenção para o sangue, entrando em meu braço lentamente. É tão doido. Seja lá de quem é esse sangue, essa pessoa automaticamente faz parte de mim agora. Não conheço, não faço ideia de quem seja. Mas essa pessoa literalmente salvou minha vida e eu nunca terei a oportunidade de agradecer a ela.

(...)

— Jade? — A chamo, fazendo ela tirar os olhos do celular e me olhar. — Que horas são?

— 02:52h

— Você não está com sono?

— Não. — Ela dar de ombro. — Os acontecimentos de hoje me deixaram bastante... Agitada.

— Deita aqui. — Digo, dando espaço na cama pra ela.

Ela sai da poltrona branca, e se deita ao meu lado com cuidado. Ela repousa sua cabeça em meu lei e eu passo meu braço pelo seu ombro, com dificuldade por estar meio dolorido ainda.

— Você é muito especial pra mim. — Falo, enquanto vejo ela brincar com a minha mão.

— Você também é muito especial e não suportei a ideia de poder te perder.

Sinto algumas lágrimas molharem meu peito e vejo ela secando seu rosto rapidamente.

— Eu já te disse. Eu jamais vou te deixar. — Digo, fazendo ela me olhar com os olhos molhados. — É uma promessa.

Quando ela está nos meus braços, tenho a sensação que estou segurando o meu mundo. A sensação que ela é exatamente tudo que eu preciso pra ser feliz, e tudo o que mais quero.

— A próxima vez que você fizer isso comigo, eu juro que eu te mato. — Ela diz, fazendo com que eu dê uma risada.

Mesmo estando todo destruído em cima de uma cama, me sinto bem e completo com ela aqui.
Ela me faz um bem que eu não sei explicar. Não sei por em palavras. É simplesmente ela.

O que sinto por Jade, é maior que qualquer coisa que já fui capaz de sentir na vida. É impossível de ser explicado.

Eu não preciso dela, mas eu definitivamente a quero como nunca quis ninguém.
Não preciso dela, da mesma forma que preciso do ar que respiro pra sobreviver. Mas que sentido teria minha vida, se eu não posso tê-la ao meu lado? Ela dá cor aos meu dias, seu sorriso me desmonta e seu abraço me conserta.

Seu beijo é, sem dúvidas, o melhor do mundo. Não só porque ela sabe beijar mas também porque o beijo dela é carregado de sentimentos tão bons inexplicáveis que se completam ao meu.

Jamais imaginei que fosse gostar de alguém, tanto quanto gosto dela.

Levo minha atenção pra ela, vendo sua respiração se acalmando aos poucos e por fim, ela adormece.
Dou um sorriso, vendo seu rosto calmo e sereno. Isso porque ela disse que não estava com sono.

Eu te amo, pimentinha.

Inimigos De Infância Onde as histórias ganham vida. Descobre agora