Capítulo Cinquenta e Cinco

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Scarlett:

— Você disse que essa porcaria funcionava. — Digo, jogando o saquinho de comprimido em cima dele. — Eu paguei muito caro por isso.

— Mas você disse que ela ficou animada, então funcionou. Você queria o que, matar ela?

— Claro que não, mas fazer ela, no mínimo, dar um vexame lá. Não sei, fazer um stripper, sair beijando um monte de gente. Não ficar pulando e dançando que nem uma maluca e depois sumir do nada.

— Isso daqui é metanfetamina. É uma droga e cada pessoa reage de uma forma. Ela reagiu assim, e eu não posso fazer nada. — Ele fala se levantando. — Foi ótimo fazer negócios com você, mas preciso ir. Se precisar de mais algumas “balinhas”, você sabe onde me achar.

Eu não acredito que perdi meu tempo com esse cara, comprando essa droga ridícula, que não serviu nem pra fazer ela passar vergonha.
Eu sabia que não dava pra confiar no que os drogados daquela escola diz.

Termino minha bebida impaciente, deixando o dinheiro na mesa e saindo rapidamente da lanchonete. Isso atingiu meu nível de estresse ao extremo.

Entro no carro, batendo a porta. Seguro o volante com força pensando em como Jade atrapalha minha vida, em todos os âmbitos. E que parece que tudo está sempre perfeito pra ela, e pra mim a mais completa desgraça.

— Como eu odeio essa garota. — Digo ligando o carro, e começando a dirigir até minha casa.

Em poucos minutos, ja estou de volta em casa. Além de perda de dinheiro, e de tempo, ainda sai de casa atoa, pra escutar aquele garoto dizendo que cada pessoa reage de uma forma. Se eu soubesse, tinha botado o saco inteiro na bebida, e não um só comprido.

Subo as escadas até o meu quarto, me deitando na cama e pegando meu celular.
Rolo as fotos da galeria, vendo algumas imagens antigas, minha e de Nicholas. Eu amo tanto ele, e nunca irei aceitar o nosso
fim.

— Cheguei. — Chloe grita, se jogando ao meu lado na
cama.

Chloe é uma das minha melhores amigas, inclusive, minha irmã também. Ela nunca me abandona apesar de dizer que “Eu sou muito mimada”, o que eu discordo completamente. Ela diz que nosso pai sempre faz tudo que eu quero, e por isso que eu sou assim. Mas Chloe é muito nova, só tem 15 anos. Ela não sabe do que fala.

— Pode ir embora. Quero ficar sozinha.

— Que baixo astral é esse, garota? Como assim você não está afim de ir comprar bolsas e jóias caras?

— Baixo astral de quem não aguenta mais ver seu namorado, namorando outra. — Digo, vendo ela prendendo seus cabelos castanhos em um rabo de cavalo.

Apesar de eu ter 19 anos e ela 15 anos, todo mundo sempre diz que somos muito parecidas. E até que em algumas coisas, somos mesmo. Aparentemente, eu diria que ela sou eu, só que mais nova.

— Ainda aquele garoto? — Ela pegunta e eu balanço a cabeça positivamente.

— Sim.

— Scarlett, está na hora de superar, não acha? Se ele gostasse de você, com certeza estaria com você.

— Um soco na cara doeria menos, sabia? — Pergunto, fazendo ela revirar os olhos. — Pois saiba você, irmãzinha, que eu não irei desistir dele, porque ele é meu.

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