Capítulo Oitenta e Um

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Scarlett:

— Nosso tempo está esgotando, Scarlett. Você precisa se decidir que rumo essa garota irá tomar. — Meu pai aponta para o quartinho, me deixando mais apreensiva ainda.

Está ele e Meredith há quase uma hora me apressando para que eu decida o que fazer com ela, porque de acordo com eles: “A ideia foi minha”

Tudo bem, a ideia foi minha. Mas eu adoraria de uma ajuda, ou uma sugestões de que fim ela vai ter. Não quero mata-lá, mas acho que devido as circunstâncias não terei outra opção.

Pedro é outro que não ajuda, só sabe ficar ao meu lado batendo o pé e roendo as unhas. Não posso esquecer do fato que, em cinco em cinco minutos ele implora para eu não matar Jade.

Sinto muito, querido, mas eu irei te decepcionar.

— Não precisa dessa pressa toda, tá bom? Ninguém desconfia da gente, eu ainda tenho alguns dias pra pensar.

— O quanto mais rápido, melhor. Já mantemos ela tempo demais aqui, se quer continuar com isso, será necessário tomar outras providências. Não sei, levar ela pra outro lugar, talvez. — Meredith sugere, dando de ombro.

— Não, ela vai continuar aqui. — Pedro fala firmemente, atraindo atenção de todos nós. — Levando ela pra longe ficará mais difícil de monitorar. Acho que aqui já é longe o suficiente.

— O garoto tem razão. — Meu pai diz andando de um lado para o outro, parecendo pensativo. — Se queremos não levantar suspeitas, é melhor acabar com isso tudo aqui.

— E que tal um incêndio? Queimamos todo o galpão com ela aqui e vivemos nossas vidas tranquilamente. — Digo, observando as garrafas de álcool e gasolina no chão.

— O fogo pode chamar atenção de casas próximas daqui. Apesar de isolados, há alguns quilômetros daqui existe uma pequeno povoado.

Isso é novidade pra mim. Tinha certeza que aqui era realmente vazio, sem nada pelas redondezas. Mas de qualquer forma, existe mil e uma formas de resolver isso tudo. Um tiro, um fogo. Ou até mesmo deixar ela aqui, sem comida e nem água. Não iria durar mais que uma semana, eu garanto.

Saio dos meus pensamentos com o toque alto e estridente do telefone de Meredith. Ela pega o celular, mostrando o visor para a gente que está escrito "Vida".

— É ela. — Ela revira os olhos, e sua expressão muda assim que atende o telefone, para um sorriso falso largo. — Oi, meu bem... Está tudo bem com minha mãe sim, e aí?... Novidades?... O que?

Ela deixa o telefone escapar da sua mão, e uma expressão de pânico se forma em seu rosto revezando seu olhar entre meu pai, eu e Pedro.
Ela abre a boca diversas vezes, mas não consegue dizer uma só palavra.

— O que aconteceu?

— Eles estão vindo.

Levanto da cadeira rapidamente, assustada com o que ela acabou de falar. Eu espero que não seja o que eu estou pensando.

— Eles quem? — Pergunto, sentindo minha respiração ficando descontrolada.

— A polícia.

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