Capítulo Sessenta e Seis

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Nicholas:

— Mãe?

— Fala. — Ela diz, concentrada em uma novela que passa na televisão sem me dar muita atenção.

— Será que tem como descobrir quem me doou aquele sangue?

— Como assim quem? Até parece que você não sabe que foi a Jade quem doou.

A olho incrédulo diante ao que ela acabou de falar. Foi a Jade? Ou ela está apenas se confundindo?

— A Jade? — Pergunto, fazendo ela, por fim, levar sua atenção até
mim.

— Acho que falei demais. — Ela leva sua mão até a boca. — Eu achei que você soubesse.

É óbvio, como eu não percebi antes? Quando ela saiu com a médica e depois voltou com o adesivo no braço, e em seguida começaram a passar o sangue pro meu corpo. Me sinto um lerdo em não ter percebido isso antes.

Mas qual o sentido dela não ter me contado? Eu iria adorar saber que ela doou sangue pra mim.

Subo para o meu quarto, enquanto disco o número dela. Que logo atende, então peço para ela vim aqui em casa. Espero que ela tenha uma desculpa, pelo menos, plausível pra não ter me contado isso.

Em poucos minutos, escuto ela falando lá embaixo com minha mãe e seus passos na escada. Morar um na frente do outro é a maior facilidade das nossas
vidas.

— Cheguei. — Ela abre a porta. — Já sentiu minha falta? Nos vimos hoje de manhã.

É, meu amor. E eu me lembro perfeitamente. Afinal, como poderia esquecer?

— Não.

— Aí que horror, Nicholas. — Ela faz uma careta, levando a mão até o coração.

— Estou brincando. — Digo rindo, me aproximando dela e colando nossos lábios em um beijo rápido.

Ela dá um sorriso, e deposita diversos beijos pelo meu rosto. Ela é tão fofa, as vezes.

— Mas diz aí, pra que você me chamou?

— Você não tem nada pra me contar, não? — Indago, cruzando os braços.

— Bom... — Ela pensa um pouco. — Você está muito bonito hoje. Cortou o cabelo?

— Eu estou falando sério, Jade.

— Mas eu também estou. — Ela fala rindo, se sentando em minha cama. — Mas o que foi?

— Por que você não me contou que tinha me doado o sangue?

Assim que termino de falar, um pequeno biquinho se formar em seus lábios, enquanto ela arqueia a sobrancelha parecendo procurar uma resposta certa.

— Não achei que era necessário... — Ela dá de ombros.

— Se não fosse por você, eu estaria possivelmente morto, se não achassem alguém compatível.  — Me sento ao seu lado. —  Você deveria ter me contado.

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