Capítulo Três

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Faltam poucas horas para a viagem, e Jade não poderia estar mais animada.

— Filha, já colocou tudo? — Jade afirma com a cabeça. — Então já vou descer com a sua mala, sairemos às 20h.

Jade não sabe o que era pior, o fato da viagem durar entre 3 a 4 horas, ou ficar presa em um carro junto com Nicholas. Ela terá que ir no carro junto com Nicholas, enquanto Emília e Joana iria em um outro carro. O que para Jade não fazia sentido nenhum, já que o carro tem espaço na parte de trás, mas ela resolveu não questionar porque já estava irritada o suficiente.

— Um remedinho e eu durmo a viagem inteira, não será necessário aturar aquele moleque. — Diz ela colocando um remédio para dormir em sua bolsa de mão.

Se sua pergunta é: "Ela irá se drogar para não ter que aturá-lo?". A resposta é sim, ela irá fazer isso. Ou ao menos tentar.

(...)

— Vejo vocês lá, crianças. Juízo. — Diz dona Joana, no outro carro junto de Emília, para Nicholas e Jade, e logo partem.

— Será um longo final de semana. — Sussurra Jade colocando o cinto.

No mesmo instante, Nicholas já começa a dirigir. Ambos sabem que é complicado um ficar no mesmo ambiente que o outro sem brigarem, mas ambos também estavam dispostos a ficar quietos para evitar qualquer desentendimento.

— Merda. — Diz Jade vasculhando sua mochila procurando pela sua bolsa de mão.

— O que foi?

— Você tem que voltar, esqueci minha bolsa de mão.

— E o que tinha de importante nela, pra me fazer voltar?

— Lá estava meu remédio pra dor... Remédio de alergia. — Ela se castiga mentalmente por quase contar do remédio para dormir.

— Você precisa de remédio para dormir, agora? A gente pode passar na farmácia e comprar. — Mesmo ela não dizendo que era remédio para dormir, ele notou.

A menina passa a mão entre seu longos cabelos escuros. Ela não quer dizer tão na cara que o remédio era pra dormir no carro para não ter que aturar Nicholas, por horas.

— Espera aí... Você ia tomar remédio pra dormir na viagem?

— Sim. — Ela sussurra, em um tom de voz quase inaudível.

— Isso por que você não quer ficar acordada, comigo? — Ele arqueia a sobrancelha prestando atenção na estrada.

Jade fica em silêncio. Ela não queria responder. E para Nicholas, quem cala, consente.

— Sério que é tão ruim ficar na minha companhia? — Ele indaga incrédulo por ela ter que tomar remédio para evitá-lo.

— Não é isso, é que... — Ela faz uma pausa pensando em como responder isso. — Sempre que a gente tá junto, estamos brigando e xingando um ao outro. Eu prefiro evitar.

— Eu nunca quero brigar com você, para sua informação, só que você sempre me trata mal e é grossa. Não gostar de você não significa que eu queira brigar com você o tempo todo.

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