capítulo 8 | Lucius Callahan

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Fecho o computador quando a aula termina. Levanto da mesa e abro a porta do quarto. Marcus subia as escadas e parecia estar a minha procura, era a única razão para subir.

— Ah, terminou, que bom, Dionísia está lá embaixo esperando ansiosa por você. — aponta para trás.

— O quê? Há quanto tempo? —

Ando na sua direção e olho as escadas.

— Há mais ou menos meia hora. — gesticula a mão no ar.

— E por que diabos não me chamou antes? — ele ri se virando para descer.

— Porque estava estudando. Dionísia tem carta branca para tudo menos para atrapalhar os seus estudos. — zomba, era mentira, ele sabia, eu sabia, mas meu tio queria apenas rir na minha cara sobre o quão caído estou por Dionísia, disposto a abandonar qualquer coisa se ela simplesmente fizesse um gesto na minha direção.

— Tá. Estou descendo. —

— Toma um banho primeiro né? Se arruma, disfarça essa cara de saco de noite mal dormida ou a garota se asssuta. Eu não quero que ela fuja caramba. —

— Ela já me viu bem pior — murmuro em direção ao banheiro, relembrando o episódio pós luta.

— Ela o quê? — Marcus pergunta no minuto seguinte.

— Nada, tio. Estou descendo. — respondi entrando no banheiro, sem dar tempo dele tentar se certificar o que realmente falei comigo mesmo.

Tomo um banho, escovo os dentes e me encaro no reflexo do espelho ao fechar a torneira. Examino os pontos acertados no meu rosto da luta dois dias atrás, os roxos persistiam mais escuros. Não pareciam melhores, infelizmente os curativos saíram desde que acordei e como consequência não tinha a menor probabilidade de eu me apresentar mais digno da presença do meu anjo, eu nem fazia a menor ideia de como, não sabia como fazer um mísero curativo, nunca cuidei de nenhum dos meus a vida toda. Nem de um outro alguém.

Então, apenas troco a roupa e desço pronto para iniciar no bar e encontrar meu anjo esperando por mim. Querendo falar comigo. Quando que eu acreditaria que estaria ansiando ver e conversar com uma garota e me sentiria bem por ela querer o mesmo comigo? Que torceria para ela querer o mesmo que eu?

Dionísia parecia mais encantadora cada vez que a via. Estava conversando com meu tio animadamente, gesticulando empolgada, parecia que tinha dormido bem. Tenho me obrigado a não olhar para a janela do apartamento dela, e por causa disso não sabia se realmente tinha dormido, ou acordado cedo.

— Oi, anjo — falo assim que entro atrás do balcão. Ela me olha e sorri.

— Bom diaaa — cantalorou, eufórica, olhou meus machucados depois de quebrar nosso contato visual e eu soube que ela queria refazer meus curativos no mesmo instante. Apesar de adorar a animação dela nela e achar fofo, não consegui soar tão animado e falar mais que um oi. Felizmente ela não se abalou e, parecia me compreender melhor do que eu mesmo pois permaneceu radiante.

— Estou indo, qualquer coisa me liga. Até mais, Dionísia. — Marcus sorriu para ela que apertou a mão dele em despedida. Acenei com a cabeça e ele saiu ao mesmo tempo que o ruivo falso do Stephan entrava para iniciar o seu turno, carregando as chaves da moto.

— Meu tio disse que queria falar comigo. — murmuro me apoiando na bancada para ficar mais perto de Dionísia. Ela cheirava à sua colônia doce, os cabelos presos em um coque, usando uma blusa azul escura, novamente de manga longa, e uma calça jeans justa no corpo, as pernas fodidamente modeladas e belas e a curvatura da sua cintura descendo para os quadris.

Heart ProblemsWhere stories live. Discover now