capítulo 56 | Lucius Callahan

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Dionisía estava enfim praticamente recuperada da cirurgia. Os seus pontos secaram e já tinham caído, fomos no hospital e o médico disse que estava tudo bem e cicatrizado. Ela já podia retornar a sua rotina quase que por completo, a única coisa da qual precisava ter cuidado era pegar peso, e era essa a razão pela qual eu e Stephan estamos ajudando ela com as caixas da sua loja hoje.

Devagar!!! — eu e Stephan exclamamos em pânico ao mesmo tempo quando vimos ela descer as escadas rápido demais.

Dionisía fez uma careta engraçada para nós dois mas diminui a sua agitação sorrindo, mesmo que reclamado sobre estar nos "incomodando" durante o hórario de trabalho.

Shane estava tomando conta do bar —ou reformando o bar — ele tem vindo quase todo dia trazendo decorações para o halloween que aconteceria dentro de mais algumas semanas, e o espírito do tatuador para o halloween e a suas ideias de decoração para o bar conseguiam ser maior o que o espírito festeiro de todos nós juntos.

— Foi tudo já, obrigada — observei Dionísia descer os últimos degraus e eu peguei a pequena caixa da última encomenda do dia, andando em direção ao carro que a mesma tinha comprado assim que estava oficialmente recuperada.

O carro tinha um porta-malas enorme o suficiente para caber bastante encomendas, assim como no banco dos passageiros onde haviam mais algumas outras caixas. O primeiro carro dela, comprado com seu próprio dinheiro. Continuo tão orgulhoso desse passo dela quanto estava no dia em que fomos comprar e ela me chamou para ir com ela a ajudar. Ver o sorriso de ansiedade e alegria no rosto dela e o brilho naqueles olhos azuis foi como olhar direto para o paraíso.

— Vou voltar para o bar então, antes que Shane não aguente esperar e comece a decorar tudo sozinho — Stephan disse e sorriu antes de se virar, saindo do prédio.

— Vamos? — perguntei para Dionisía, empurrando a porta para ela e esperando que saísse primeiro.

— Deveria estar ajudando na decoração, posso...

— Nada de peso ainda, anjo — a interrompo, a abraçando com cuidado por trás e beijando seu pescoço.

— Mas não é peso...são roupas — resmungou, a testa franzindo e os lábios comprindo. Eu segurei o queixo dela e trouxe seu rosto de encontro ao meu a beijando, dispersando qualquer objeção dela e qualquer pensamento coerente meu por curtos segundos que sempre pareciam uma eternidade paradisíaca.

Dionisía cercou a lateral do meu pescoço tentando se virar para aprofundar o beijo, mas eu recuei e beijei sua bochecha.

— Vamos, ou Shane vai aparecer e gritar para a rua toda escutar que isso é um atentado ao pudor — meu comentário a faz rir e concordar, a essa altura ela sabia que o careca tatuado faria isso facilmente.

— Você pretende se fantasiar? — ela me pergunta quando entramos no seu carro e ela assume o volante, dirigindo para os correios não muito distante do bar que ela praticamente no centro da cidade.

Ligo o rádio em um volume baixo porque sabia que ela se sentia mais calma para dirigir com alguma música tocando. E a música que começa é uma que ela acompanha baixinho com um pequeno sorriso, me lançando um olhar divertido quando canta junto: He's so tall, and handsome as hell. He's so bad, but does it so well.

— Você pretende se fantasiar? — pergunta novamente ao abandonar a sua provocação disfarçada de cantoria, enquanto eu desvio olhar desconcertado com ela cantando e o olhar de indireta que me lança com aquela parte da música, prendo um sorriso com o dente no meu lábio inferior e sacudo a cabeça.

— Não, não tenho paciência para essas coisas — Recuso a ideia, nunca me fantasiei ou comemorei datas como essa na vida, e apesar de estar ansioso para comemorar o halloween com todos, me fantasiar estava fora de cogitação.

Heart ProblemsWhere stories live. Discover now