capítulo 41 | Dionisia

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Minha mão e meu braço doem e eu cesso o movimento contínuo que venho fazendo desde que comecei a desenhar. Esse incômodo começou meia hora depois que comecei, mas eu estava tão entusiasmada em desenhar que persisti mesmo assim, mas agora realmente tinha cansado demais meu braço.

— Ei — Stephan saltou da cadeira em que estava sentado e contornou o balcão correndo na minha direção, assim que Lucius foi pegar alguma coisa na dispensa. — Posso ver?

Eu o estendi a pasta com a folha solta. Ele a segurou e eu enfiei meu lápis no meu estojo entre os outros, mexendo meus dedos cansados.

— Está doendo?

Stephan tirou a atenção que tinha no desenho ao meu braço parecendo ter percebido que eu tocava onde antes ficavam os roxos do machucado.

Balanço a cabeça que não é nada demais, e sorrio.

— O que achou do desenho? —
minha voz saí um pouco insegura, fora Dimitri, Stephan na verdade é a primeira para quem mostro um desenho que fiz de outra pessoa, e me acalma um pouco o fato de algo dentro de mim se sentir bem em mostrar para o ruivo. Talvez porque ele conseguia fazer qualquer pessoa se sentir bem perto dele com seu jeito brincalhão e cativante de criança que faz todos se encantarem pelo mesmo.

— Ficou incrível, Didi — ele sorri e olha para a folha. Eu sorrio pelo elogio e o apelido fofo.

— Igualzinho ao cinzeiro e ao bar. Todos os detalhes.

Ele ri de ver seu melhor amigo desenhado e me devolve a pasta junto da folha pois parece escutar o mesmo que eu, um cliente o chamando. Ele dispara entre as mesas ocupadas por vários clientes. Lucius voltava da dispensa carregando um saco de marshmellows para preparar dois pedidos novos de cores diferentes.

— Terminou de me desenhar??

Ele olhou a pasta no meu colo.

— Falta bem pouco.

O olhar dele foi para meu braço que eu tocava com a minha outra mão, eu segurava como se a qualquer segundo fosse se desprender do meu corpo e cair no chão. Tinha essa sensação estranha sempre que fazia esforço demais com ele depois do que o machuquei. Que o machucaram.

— Está desenhando faz horas. Precisa descansar sua mão. Não pode se forçar desse jeito.

— Não vou — fiz que sim com a cabeça, pondo a pasta de lado na bancada e virando o papel para baixo de jeito que ele não espiasse.

Lucius preprarava mais das bebidas de mais cedo, as que foram mais pedidas desde que aqueles quatro pedidos foram feitos. Dessa vez uma taça é de bebida é de purpurina verde, e a outra é preta, e as bebidas uma na cor verde, e a em que a purpurina é preta a bebida se manteve translúcida. Definitivamente essas duas eram as minhas preferidas, levando em consideração que durante o restante do dia e metade da noite ele tinha feito de todas as cores.

— Isso é mesmo purpurina comum?

Lucius ri da minha curiosidade já no limite, e entrega as taças para o ruivo que também ri da minha pergunta porque certamente sabe a resposta.

— Não. É purpurina comestível.

Lucius fala, guardando as garrafas de bebida e a bacia cheia de cubos de gelo, rearrumando tudo que usou em um canto para o caso de precisar usar novamente. Ele pegou um pano pequeno e passou pela bancada a limpando dos resquícios da purpurina e respingos de álcool.

— E tem gosto de quê? Todas tem um sabor diferente?

Ele pegou os dois pratos rasos de porcelada os pondo próximos de meu estojo e ficando na minha frente.

Heart ProblemsWhere stories live. Discover now