capítulo 12 | Lucius Callahan

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— Você me obriga a me alimentar direito mas nem toca na comida, do que adianta os seus conselhos então? — Stephan resmunga, cortando mais um pedaço da lasanha que eu tinha feito para jantarmos junto do meu tio como era costume ao menos três vezes por semana, embora na maioria fosse apenas uma, ou, nenhuma dependendo do humor e disposição de nós três.

— Não foram conselhos — ergo o dedo apontando na sua direção. — Foram ordens. — o ruivo fez uma cara feia.

— Ao menos coma uma fatia, Lucius. Esse é o sentido da janta, não? — meu tio indagou, bebendo um copo de suco quando disse que contava como água porque tinha água na mistura.

— Estou sem fome. Apenas me garantindo que vocês comam. — respondi, olhando para a parede de vidro onde a parte da janela estava aberta. Anoiteceu há bastante tempo, eram quase nove horas e eu começava a cogitar a possibilidade de Dionísia já ter jantado mas esperançoso quanto uma garota pela primeira vez eu alimentei a esperança de que ela esperaria por mim ir convidar ela para jantar comigo mesmo sem saber das minhas intenções.

— Eu sei a razão da falta do apetite dele, o senhor sabe tio? — O ruivo disse, de boca cheia. Chuto sua perna e ele contorce a expressão em dor, tossindo ao se engasgar.

— Não fale enquanto mastiga, seu porco — o adverti. Ele fez mais uma do seu infinito repertório de caretas que significam que vai continuar fazendo aquilo ciente dos alertas que o madam parar.

— Seus filhos serão verdadeiros robôs seu bruto — respondeu, enchendo o copo de água e bebendo um gole.

— Eu não terei filho algum —

Revirei os olhos, me levantando e recolhendo a travessa, sentindo novamente aquele medo de Dionísia ir embora, de estar indo embora nesse exato momento, o medo de ir buscar por ela e ela ter evaporado. Ela não podia fazer isso, não podia. Eu não a deixaria fugir dessa maneira. Eu a protegeria de quem fosse. Eu faço qualquer coisa desde que seja para a ver feliz e segura.

— Ei, eu ainda pretendia comer uma outra fatia! — meu tio reclamou, ainda com metade da sua terceira no prato. Olho a fatia e depois o encaro.

— Pretendia — repeti. — No passado. Agora não pretende mais nada. — coloquei a lasanha dentro do forno e o fechei.

— Está vendo? Ele guardou a lasanha para a Dionísia eu tenho certeza! —

Stephan bateu na mesa apontando para meu tio ao falar. E enfiou uma garfada com um pedaço enorme dentro daquela boca grande de maritaca ruiva que faz questão de ser um incoveniente que qualquer um facilmente sentiria falta se fechasse a matraca

— Agora faz sentido, ele está esperando a gente ir embora para convidar ela para jantar! — meu tio bateu na mesa também e apontou o dedo para o ruivo que compartilhava dos mesmos pensamentos que só servem para testar a paciência que me encontro todo dia sem.

— Lucius, meu sobrinho, se queria tanto ter Dionísia para jantar por que simplesmente não a convidou para jantar conosco? — meu tio perguntou, rindo.

— Porque o nosso cinzeiro ambulante quer jantar a luz de velas com a Dionísia — Stephan disse, do outro lado da mesa. — Ele quer ficar sozinho com ela. — sussurou com a mão escondendo a boca como se eu não fosse escuta-lo dessa maneira.

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