capítulo 51 | Daisy

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Minha vontade era de reviver Dimitri só para eu mesma matar ele. E se tivessem deixado eu teria detonado o cadáver dele todinho, mas infelizmente Stephan e Penélope não deixaram Shane e eu fazermos isso quando fomos resolver o que fariam com o corpo do maldito.

— Será que ela vai querer ficar aqui quando receber alta? — suspirei assim que eu e Stephan entramos no apartamento e eu parei na entrada olhando a zona que tinha ficado.

— Não sei, loirinha. Mas acho que Lucius não se importaria nada de levar ela para o prédio ao lado — o ruivo sorriu fraco.

— E nem eu de levar ela para meu apê.

— Em direção a outra cidade? Fora de cogitação — respondeu com um risinho.

— Ou você e o Lucius entrarão em um briga horrível pela guarda temporária da Didi — acrescentou com um tom de brincadeira, eu sacudi a cabeça rindo da piada que tinha grades chances de se torna realidade.

— É, é verdade — concordei.

Pus minha bolsa no chão e dei alguns passos pelo apartamento. No fim ficamos todos tão ocupados com a polícia resolvendo a dor de cabeça que mal tivemos forças para realmente arrumarmos tudo quando retornarmos do hospital. O caso de agressão do Dimitri e da legítima defesa da Dionisía mais do que claro nas filmagens das câmeras que tinham sido instaladas dentro e fora do apartamento foi o que diminui a dor de cabeça da situação.

A ajuda de Odete, mãe de Joseph e quem me ajudou a sair do clube, foi o que acelerou ainda mais o encerramento do caso para que não se arrastasse por um bom tempo. A ajuda dela graças ao conhecimento e contatos que o monstro do Javier tinha foi um milagre pois assim nada seria levado adiante e ainda pudemos se livrar do corpo de Dimitri e assistir virar cinzas o mais rápido possível, uma medida de precaução caso o maldito voltasse dos mundos mortos dada a sorte da minha prima quanto ao seu ex namorado.

— Por onde começamos, loirinha? — Stephan perguntou.

— Os vidros — digo, olhando os vidros da mesa de centro espalhados pelo chão entre sangue e peças de roupa da loja da Dionisía que haviam sido destruídas. Arruinadas. O sonho da vida dela quase indo pelo ralo em uma questão de horas. Não conseguia sequer imaginar o que poderia ter acontecido se Dimitri não tivesse caído daquela escada e Dionisía estivesse a mercê dele ainda. Meu coração doía só de lembrar do rosto e estado dela na cama do hospital.

— Tudo bem — ele coloca as mãos na ponta dos meus ombros gentilmente e sorri como forma de incentivo que na verdade incentiva o meu coração a bater feito um maluco com ele me olhando assim como se...como se realmente se importasse comigo. E vindo de um homem era algo que eu não sentia ou via no olhar tinha muito tempo, ao menos não desse jeito.

— Stephan...— sussurro e seus olhos brilham ao olhar para as minhas bochecha, ele sorri presunçoso por uns instantes antes de concordar.

— Entendido — ele beija minha bochecha e se afasta em direção a vassoura e a pá.

Respiro fundo ao perceber que minha respiração tinha acelerado com aquela mínima aproximação entre nós dois, e só de lembrar do quase beijo que demos pouco antes de entrar no hospital sinto que poderia ficar com falta de ar o que é assustador ao mesmo tempo que incrível pois nunca homem algum conseguiu me deixar assim com tantas borboletas com coisas tão simples e mínimas. Expiro devagar e observo por um momento o ruivo recolhendo os panos de roupa destruídas e espalhadas pelo chão do apartamento antes de me juntar a ele com a arrumação.

— Eu vou encomendar uma televisão, uma mesa nova...— comentei, quando tinhamos varrido toda a sala que agora tinha voltado praticamente ao que era antes, se ignorarmos o fato que falta a mesa e a televisão que também acabou quebrando durante a briga.

Heart ProblemsOnde histórias criam vida. Descubra agora