capítulo 34 | Lucius Callahan

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Escuto a porta abrir, abro olhos atento, mas relaxo a voz do meu tio.

— Lucius? — chama.

Ele para com o corpo metade dentro do quarto e levanta sobrancelhas ao me ver na cama, fica de olhos arregalados e parece admirado. Não entendo a razão até que tento levantar e sinto algo apertar minhas costas e ombros, junto de uma respiração mais fraca que a minha.

Dionisía.

Tínhamos dormido juntos.

— Vou esperar na cozinha — escuto Marcus dizer e a porta fechar, mas estou ocupado demais perdido no meu anjo dormindo ao meu lado, os cabelos loiros espalhados pelo travesseiro e a expressão no rosto adormecido dela pacífica. Indicava que estava tendo bons sonhos, era algo ótimo.

O que me surpreendia era eu não ter tido sonhos ruins, nem lembranças. Não lembrava do que havia sonhado, e seja o que for, não foi ruim porque não houve sensação ruim assim que acordei, como tinha na maior parte das minhas manhãs.

Eu sorri e me inclinei por cima de Dionísia a abraçando e enfiando meu rosto na curva do pescoço dela, respirando fundo e sendo envolvido pelo cheiro doce de frutas do seu perfume. As pernas dela se mexeram, se enroscando nas minhas e eu suspirei me sentindo no paraíso.

Beijei seu queixo roçando meu nariz por seu pescoço entre os cabelos, me aninhando mais nela. E mesmo querendo ficar no paraíso com o meu anjo eternamente, precisei levantar para falar com meu tio que estava sem entender nada.

Beijei a testa de Dionísia antes de sair da cama e a cobrir novamente, pondo um travesseiro no meu lugar para ela ter onde abraçar, e saí do quarto, fechando a porta ao deixar o quarto para que ela não acordasse com as nossas vozes.

— Oi, tio — murmuro, puxando uma cadeira e sentando.

Marcus sorriu largamente e balançou a caneca de café, abanando as sobrancelhas e dando um gole na xícara, assentindo repetidamente para mim.

— Que cara é essa? Que merda é isso que está fazendo? — fiz uma careta e esfreguei meu rosto ao bocejar.

— Cara de que está concordando com o quão apaixonado e rendido você está, e que está adorando ver meu sobrinho mau humorado assim —

Ele sorri, dessa vez é com a intenção de me irritar. Eu reviro olhos para sua tentativa de me provocar e respiro fundo, puxando meu computador da mesa o abrindo.

— Aconteceu algo ontem, e quero que saiba porque pode ser que esse problema surja aqui novamente, e quero sua ajuda se for preciso —

Marcus para de sorrir e fica sério, levanta a sobrancelha e indica num movimento com a cabeça para Dionisía perguntando se o problema está interligado a ela. Eu concordo uma vez e viro o computador, apontando para o cara loiro que aparece na filmagem das câmeras na tela do meu computador.

— Ele é ex-namorado da Dionísia. — murmuro. Meu tio o observa, e me encara.

— Eles terminaram, mas ele está procurando ela mesmo ela tendo pedido para que não fizesse —

— E por que eles terminaram? Essa é a razão para ela ter se mudado? — ele retoma sua observação pelo decorrer das filmagens.

— Porque ele passou a agredir ela —

Marcus pisca, e me encara de volta. Eu reafirmo o que acabei de falar em um gesto de concordância com a cabeça.

— Ela fugiu? — concordo.

— Isso é um problema — ele coça o queixo e põe a xícara na mesa, puxa mais o computador e tira o óculos de grau dele da camisa pondo nos olhos.

Heart ProblemsWhere stories live. Discover now