Escuto a porta abrir, abro olhos atento, mas relaxo a voz do meu tio.— Lucius? — chama.
Ele para com o corpo metade dentro do quarto e levanta sobrancelhas ao me ver na cama, fica de olhos arregalados e parece admirado. Não entendo a razão até que tento levantar e sinto algo apertar minhas costas e ombros, junto de uma respiração mais fraca que a minha.
Dionisía.
Tínhamos dormido juntos.
— Vou esperar na cozinha — escuto Marcus dizer e a porta fechar, mas estou ocupado demais perdido no meu anjo dormindo ao meu lado, os cabelos loiros espalhados pelo travesseiro e a expressão no rosto adormecido dela pacífica. Indicava que estava tendo bons sonhos, era algo ótimo.
O que me surpreendia era eu não ter tido sonhos ruins, nem lembranças. Não lembrava do que havia sonhado, e seja o que for, não foi ruim porque não houve sensação ruim assim que acordei, como tinha na maior parte das minhas manhãs.
Eu sorri e me inclinei por cima de Dionísia a abraçando e enfiando meu rosto na curva do pescoço dela, respirando fundo e sendo envolvido pelo cheiro doce de frutas do seu perfume. As pernas dela se mexeram, se enroscando nas minhas e eu suspirei me sentindo no paraíso.
Beijei seu queixo roçando meu nariz por seu pescoço entre os cabelos, me aninhando mais nela. E mesmo querendo ficar no paraíso com o meu anjo eternamente, precisei levantar para falar com meu tio que estava sem entender nada.
Beijei a testa de Dionísia antes de sair da cama e a cobrir novamente, pondo um travesseiro no meu lugar para ela ter onde abraçar, e saí do quarto, fechando a porta ao deixar o quarto para que ela não acordasse com as nossas vozes.
— Oi, tio — murmuro, puxando uma cadeira e sentando.
Marcus sorriu largamente e balançou a caneca de café, abanando as sobrancelhas e dando um gole na xícara, assentindo repetidamente para mim.
— Que cara é essa? Que merda é isso que está fazendo? — fiz uma careta e esfreguei meu rosto ao bocejar.
— Cara de que está concordando com o quão apaixonado e rendido você está, e que está adorando ver meu sobrinho mau humorado assim —
Ele sorri, dessa vez é com a intenção de me irritar. Eu reviro olhos para sua tentativa de me provocar e respiro fundo, puxando meu computador da mesa o abrindo.
— Aconteceu algo ontem, e quero que saiba porque pode ser que esse problema surja aqui novamente, e quero sua ajuda se for preciso —
Marcus para de sorrir e fica sério, levanta a sobrancelha e indica num movimento com a cabeça para Dionisía perguntando se o problema está interligado a ela. Eu concordo uma vez e viro o computador, apontando para o cara loiro que aparece na filmagem das câmeras na tela do meu computador.
— Ele é ex-namorado da Dionísia. — murmuro. Meu tio o observa, e me encara.
— Eles terminaram, mas ele está procurando ela mesmo ela tendo pedido para que não fizesse —
— E por que eles terminaram? Essa é a razão para ela ter se mudado? — ele retoma sua observação pelo decorrer das filmagens.
— Porque ele passou a agredir ela —
Marcus pisca, e me encara de volta. Eu reafirmo o que acabei de falar em um gesto de concordância com a cabeça.
— Ela fugiu? — concordo.
— Isso é um problema — ele coça o queixo e põe a xícara na mesa, puxa mais o computador e tira o óculos de grau dele da camisa pondo nos olhos.
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Heart Problems
RomanceTemperamental, viciado em brigas, cigarro e em se divertir com garotas eram uma das poucas características que podiam definir Lucius. O que poucos sabiam era que por detrás do temperamental Lucius, existia um passado que ele não conseguia se livrar...