capítulo 63 | Dionísia

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Eu estava sentada em um dos bancos altos do bar, esperando ansiosa Daisy chegar. Bem, na realidade não era apenas ela. Ela tinha falado com Domenique e Tatiana sobre a coleção de roupas para bebês e elas aceitaram vir para que eu fotografasse os seus filhos nas roupas para a primeira coleção de bebês que eu fiz. E eu estava uma pilha de nervos e ansiedade, era um tipo de sessão que nunca fiz antes e isso me deixa com um frio na barriga como se eu fosse que pessoa a ser fotografada e não a fotógrafa.

— Calma, Didi, você está quase tendo um ataque — Stephan colocou a mão no ombro e riu, bagunçando meu cabelo de leve em uma tentativa de sacudir minha ansiedade para fora de mim. O que me fez rir pela hipótese.

— Eu sei — suspirei, frustada, mas não consegui conter.

Eu tinha ficado realmente muito inspirada e empolgada para ao desenhar essa coleção durante todo o tempo da minha recuperação, e agora que o dia das fotos havia chegado eu não lembro nem como usar a câmera de tão nervosa que estou. Acho que tudo daria errado antes mesmo de começar. E esse era o lado ruim da ansiedade.

— Tá, vamos conversar enquanto o Lucius e o tio marcus não voltam — o ruivo se sentou no banco na minha frente com o olhar determinado sobre me ajudar a esquecer um pouco da razão pela qual estou parada aqui.

Lucius precisou sair do bar para ajudar um Marcus hiper mega ultra animado a levar a árvore de natal imensamente desnecessária — como Lucius titulou — para a casa do Callahan mais velho. E como era sábado de manhã e o movimento de hoje mais fraco, Stephan ficou para servir os clientes e eu fiquei com ele esperando por minha prima e os amigos dela com os seus filhos.

— Você vai passar o natal conosco? É o primeiro natal que comemoro em alguns anos, estou ansiosa para comemorarmos juntos — falei, encarando o rosto do ruivo, acho que é a primeira vez que reparo mais na aparência do mesmo, é somente agora que encontro pequenas e adoráveis sardas pelas bochechas e nariz do ruivo.

— É, vou sim, eu nunca comemorei o natal antes pois a primeira lembrança que tenho dessa data não é das melhores mas...— Ele suspirou, antes de respirar fundo e olhar para o bar.

— Estaremos com você — seguro na mão do ruivo como forma de apoio, ao segurá-la sinto a diferença em sua mão, sinto as marcas antigas e finas do fogo que dominou ambas as suas mãos, eram bem finas e antigas, mas nitidamente notáveis.

— Você comemorou essas coisas com a sua família? Antes de...ir embora — Ele perguntou, apertando levemente sua mão na minha.

— Sim. Os meus pais levavam a sério todos os tipos de comemorações e tradições, então natal era definitivamente uma data a ser comemorada — concordo, sorrindo um pouco com a lembrança antiga dos meus natais quando criança, tinham sido os melhores, uma vez que eu não tinha a menor ideia de como as coisas podiam vir a ser.

— Deve ter sido bom, né? — Stephan me perguntou, sorrindo fraco.

— Era sim, mas eles destruíram tudo então meio que essas lembranças boas se tornaram meio vazias, como se fosse falsas, sabe? — encosto na bancada ao falar.

— Ao menos pôde estar com eles, mesmo que não tenha durado...— ele diz, não está me julgando, está tentando tornar as lembranças em algo bom, em algo que ele não apenas gostaria de ter dito como merecia ter tido, mesmo que uma hora tudo fosse chegar a um fm eu vi em seus olhos que ele não se importaria que tudo acabasse se significasse sentir um pouco daquilo para si.

— Nunca é tarde demais para se sentir em casa...em família — contei para ele, apertando sua mão novamente.

— Somos uma família agora. E espero que se sinta em casa conosco, algum dia — sorrio levemente, e vejo lágrimas enchendo os olhos do ruivo, ele abaixa o rosto na mesma hora e os fecha, seus dedos apertam os meus e sei que ele está tentando o máximo que pode para não desmoronar na minha frente e me sinto mal por acabar pondo ele nessa situação, mesmo que minha intenção fosse o oposto.

Heart ProblemsOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz