capítulo 65 | Lucius Callahan

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— Parado, Callahan.

Dionísia soltou um leve peteleco no meu quadril, e eu respirei fundo. Ela estava tirando as minhas medidas porque decidiu que faria peças íntimas masculinas, e eu me tornei seu modelo íntimo exclusivo. Ela queria fazer a primeira peça ela mesma, por essa razão quis tirar minhas medidas detalhadamente. E aqui estou eu de cueca parado no meio do estúdio dela enquanto ela tem uma fita ao redor do meu quadril.

Dionísia se vira anotando as medidas no seu ipad com a caneta, cujo ela vinha carregando para cima e para baixo, acho que não vi ela sem esse tablet, a caneta ou sua bolsa. E o seu caderno reserva onde ela anotava as coisas mais importantes como medida de segurança caso algo acontecesse com seu tablet.

— Fica meio difícil com você me tocando desse jeito, anjo — Meu suspiro é um sorrisinho timido e uma coçada no canto da bochecha dela.

— Pronto. Anotou tudo que gostaria, gosta, e não gosta em uma peça íntimas no formulário? — Me pergunta, recuando com a sua fita métrica ao redor do pescoço.

O estúdio dela estava uma mistura de caixas e tecidos desde que ela começou a fazer um vestido que tinha prometido a Daisy quando ainda moravam com os pais, e a sua roupa para o natal e ano novo já que ela estava se sentindo inspirada e motivada o suficiente para fazer cada mínimo detalhe. O tempo vinha sendo o seu maior problema, desde que as roupas infantis estouraram na sua loja todas as outras se tornaram um grande sucesso e as suas encomendas triplicaram, o que resultou nela quase o dia empacotando encomendas e indo despachar tudo no correio. E com o bar cheio por causa do final do ano eu quase não tenho dito tempo para a ajudar, mesmo sabendo que ela sabia se virar sozinha.

— Sim, anotei. O formulário do Stephan, do Shane e do meu tio está ali — aponto o queixo para os papéis dos formulários que preenchemos para a coleção íntima masculina dela.

— Obrigada, pode se vestir agora — beija minha bochecha, eu seguro ambos lados da fita métrica ao redor do seu beijo e a puxo devagar na minha direção, minha atitude fazendo ela corar.

— Quero desenhar você hoje — eu murmuro. O ano logo acabaria e eu e ela não tínhamos tido tempo suficiente para que posasse nua para mim.

— Está tarde. Você precisa descansar — ela disse, enlaçando meu pescoço conforme eu enrolava a fita métrica em torno dos meus dedos a trazendo para cada vez mais perto de mim.

— Posso descansar depois — respondo, abaixando minha cabeça para alcance a sua altura.

— Quer mesmo ver meu corpo nu né?— ela brincou, rindo.

— Você não sabe o quanto — entro na sua brincadeira, e isso a faz sorrir um pouco mais.

— Tudo bem. Vamos então — concorda. Eu deixo que se afaste e visto minha calça de volta, calçando meus sapatos ao me direcionar para a entrada.

Luna veio miando na minha direção. A gatinha tinha crescido bastante desde que a trouxemos, seu pelo branco e brilhante se encheu de pelo, o que a fazia parecer apenas uma bola de pelos, os olhos cinzas dela sempre indiferentes me fazia rir toda vez. Não conseguia não acarriciar a gata ou ficar brincando com ela sempre que vinha aqui.

— Oi, Luna...— sorri no mesmo instante ao pegar ela em meus braços, ela se enfiou entre meu antebraço e meu peito enquanto eu afagava o pelo branco e macio da mesma que Dionísia e Daisy vinham mimando.

— Vamos levar ela — digo, quando Dionísia vem, sem sua bolsa, ipad ou caneta, seu cabelo loiro brilhando nas mechas douradas longas que se espalhavam por suas costas reluzindo feito ouro, seu cabelo tinha crescido bastante e eu sentia que me dava conta do quão lindo estava somente agora.

Heart ProblemsWhere stories live. Discover now