Desculpa...

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Desculpa pelas vezes que te fiz chorar ao invés de te fazer sorrir, desculpa pelas vezes que precisaste de mim e eu não estive aí para ti, desculpa pelas madrugadas que ficaste acordada a olhar para aquele teto branco e a te perguntares se as coisas não podiam ter sido diferentes, desculpa por ter te feito pensar que o erro estava em ti, desculpa por falar mais do que fazer e por fazer sofrer o amor que habita dentro do teu coração, desculpa por matar as borboletas que eu próprio um dia fiz surgir.

O amor que por mim sentes magoa eu sei, é triste saber que eu consegui substituir um sentimento de profundo amor por um sentimento de repulsa, desconfiança e dor, só tu conheces essa dor de insistir em algo que o outro diz querer mas demonstra totalmente o contrário, a dor de precisar da pessoa e ela não estar aí para ti, eu não quis causar essa dor, eu não quis criar esse sentimento, eu não quis transformar esse amor em mágoa, me tornei menos homem quando dos teus olhos eu fiz caírem lágrimas.

Eu prometi te amar, mas fui incapaz de manter a chama que havia se acendido no princípio, perdoa-me por ser incapaz de cumprir todas as promessas que eu fiz e por cada palavra que eu citei bem próximo do teu ouvido.

Pior de tudo é saber que por muito que eu tente concertar nunca voltará a ser a mesma coisa, a confiança não tem sete vidas, e tu confiaste em mim para fazer diferente daquilo que os outros já fizeram mas eu falhei.

Tornei-me em mais uma das pessoas que olham para o céu à noite à procura de uma resposta na lua, enquanto esperam que os seus erros sejam subitamente apagados. Eu tinha tanto medo de me magoar novamente que acabei cometendo contigo os erros que um dia cometeram comigo.

Estaria eu a mentir se dissesse que te amo?
Será que os sentimentos são verdadeiros?

Deves estar em dúvida sobre o que eu disse que sentia. Eu sei. Eu prometi coisas que nunca realizei, eu prometi segurar e nunca largar a tua mão e no fim eu nunca estive aí para ti.
São muitas perguntas que no fim são deixadas sem resposta, eu gostava de puder segurar a tua mão, fazer diferente e simplesmente dizer que tudo vai ficar bem, demonstrar aquilo que eu realmente sinto, eu quero te amar mas eu não sei amar e eu prefiro que me ensines a amar do que simplesmente me transformar num homem de promessas vazias.

Como diz o ditado, por trás de um grande homem existe uma grande mulher, mas eu sinto que aos poucos perdi a minha grande mulher por ser incapaz de fazê-la sorrir e ser feliz.

Eu aprendi que as pessoas cansam-se, um dia elas cansam-se e vão embora e infelizmente eu tive de aprender isso dessa maneira, tive de ver a mulher que um dia disse que me amava ir embora por conta da minha hipocrisia, insolência e brincadeira.

Na tua vida eu não quis ser só mais um passageiro, eu não quis que a nossa história acabasse desse jeito,  mas não fui prudente o suficiente para dar-lhe um rumo diferente, não fui capaz de impedir que te fosses embora, fico acordado a noite a pensar em todas as coisas que tu fizeste por mim, por todas as vezes que me pediste que mudasse a minha maneira de agir, por todas as vezes que disseste que não estavas feliz mas eu ignorei; preferi fingir que não estava a errar e foi aí que falhei.

E agora que te foste embora, vejo-te em todo o lado. Tornamo-nos numa sequência de danos inesquecívieis e perdas irreparáveis, por isso eu peço-te que me perdoes por ser incapaz de amar e não ter te valorizado o bastante.

By: Luís Filipe e Alicia Renata.

Frutos Da MadrugadaWhere stories live. Discover now