E naquele dia, ele limitou-se a sentar na areia, sentir a brisa, respirar e contemplar, não havia tristeza, não haviam pensamentos negativos, simplesmente o barulho do mar e a beleza do por do sol, e ele sentiu uma paz que parecia que a medida que a água arrastava a areia da praia levava consigo toda tristeza que um dia havia sentido. Era paz.
Ele sentia-se bem consigo mesmo, não sentia necessidade de algo para o completar, era simplesmente ele e um sentimento inconfundível de felicidade. Com o seu cigarro na mão, soltava fumo e versos de poesias coisas tão lindas e agradáveis de se ouvir, com um sorriso no rosto que não desaparecia, era a felicidade de quem estava bem com a vida e tinha aprendido a dar valor até às coisas mais insignificantes.
Nem parecia que outrora dos olhos dele só lágrimas caiam, era o tipo de alegria que nada na vida seria capaz de pagar ou apagar, era como acordar numa casa de praia no meio da tarde depois de uma soneca e sentir que simplesmente não se deve nada a ninguém.
Tinha finalmente tudo o que mais desejava, paz e harmonia que de dentro para fora transbordava, enquanto aos poucos via o sol a ser substituído pela lua, o mar a ficar mais bravo e o vento mais forte, teve uma enorme sensação de esperança enquanto deitado as lindas estrelas que no ar apareciam ele apreciava.
Não precisava de um discurso sobre amor próprio, sabia que já havia alcançado tal coisa e sinceramente ele nunca foi muito ligado a emoções, mas tudo aquilo parecia tão reconfortante, simplesmente ficar ali sentado a olhar as ondas que vão e vêm, sentir o cheiro do mar, ver a lua ali reflectida era como se todos os astros se alinhassem a ele e todo o universo existisse simplesmente para ele.
Pela primeira vez estava tão feliz que morrer parecia ser uma ideia totalmente absurda, foi capaz de entender a complexidade da vida, ele amou a vida como nunca imaginou ser capaz de amar.
Um conjunto de emoções positivas, ainda existe motivo para agradecer pela a vida. O foco é ser feliz e espalhar a felicidade para o mundo, se apaixonar pelas suas dores e entender que na vida há momentos em que estamos embaixo e momentos em que estamos em cima, mas sobretudo não deixar os momentos maus tirarem a sua alegria pois ainda tem muita coisa boa a se viver nessa longa estrada da vida.
E foi naquela noite, que as vozes que dentro da mente dele lhe diziam para desistir desapareceram, com a alma livre, e a mente limpa, a olhar para aquele mar ele soube como é se sentir vivo.
-A beira do oceano pacífico.
By: Alicia Renato e Luís Filipe.
