Fantasy.

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Eu gosto do meu espaço, e por acaso gosto de estar sozinho algumas vezes mas por vezes eu me sinto sozinho mesmo que eu esteja rodeado de pessoas, é como se elas nunca estivessem realmente aqui  para mim como eu estou para elas.
Claro, eu não posso esperar muito dos outros, mas...
É um sentimento horrível, um sentimento que  aperta o meu peito e me põe extremamente pensativo.
Talvez seja só a ansiedade a alimentar as minhas mil e uma paranóias.
Mas, eu sempre aprendi a manter tudo para mim, e por anos parecia estar tudo bem, até eu começar a perceber que já não aguentava mais, quando peço ajuda é como se ninguém me conseguisse ouvir de verdade, as pessoas ouvem o que eu digo, mas nenhuma delas realmente percebe o meu pedido de socorro.

E eu queria poder dizer que é fácil observar alguém, mas é mais difícil do que vocês possam imaginar, quando o vejo ali sentado eu realmente gostaria de puder sentar-me com ele, mas apenas observo. Observo os gritos silenciosos que ele dá, me pergunto se ele percebe que é mais do que aquilo que ele pensa, me pergunto se ele dá conta de que há alguém que lhe consegue ver no meio de todo este sofrimento.

Vejo não só a ele, mas as muitas pessoas que ele ajuda, mas que nunca parecem estar com ele quando ele precisa, é claro que a história pode muito bem ser diferente para quem assiste do lado da periferia, mas sinto que ele é daqueles fogos que apenas mudam com o vento, quando ele pensa que apagou o fogo do lado este, o vento sopra para oeste e outro incêndio começa, como extinguir isto?

Preciso de alguém que me carregue, alguém que me ajude a levar este fardo, porque há dias que parece estar tudo bem, mas depois tudo desmorona, nos dias em que estou bem, sinto necessidade de fazer todo mundo feliz, é como se fosse uma compensação. Mas, na verdade o que estou eu a compensar?

By: Luís'Filipe e Alicia'Renata.

Frutos Da MadrugadaWhere stories live. Discover now