E de repente estamos em um momento decisivo, onde já sabemos o que vai acontecer, mas uma parte de nós ainda espera por uma súbita mudança.
É nesse momento que temos de enfrentar a realidade e começam os questionamentos- por que não fiz mais cedo?
- deveria eu ter ficado mais tempo?
- deveria ter vivido aquele momento com mais intensidade?
Quando a linha da vida e da morte é ultrapassada, e resta-nos apenas uma certeza, a única certeza da qual preferimos sempre duvidar, ficamos especados a espera de uma súbita mudança, apenas um movimento, ainda que insignificante, ainda há algo em nós que nos faz acreditar que ainda há esperança, diz-se que a esperança é a última a morrer, mas depois de vermos um corpo luminoso a apagar lentamente, nos apercebemos de que o tempo acabou, a vida passou e sobraram apenas as dores do coração.
As incertas dores do coração que a vida faz a questão de fazê-las desaparecer e voltar a aparecer a todo instante, é como se, exatamente no momento em que nós mais sentimos que nos curámos as dores que nos trazem a sensação de fracasso e que amanhã o sol não vai nascer voltam a aparecer.
As dores que esgotam com a nossa esperança e com a nossa sede de viver, as dores que atormentam o nosso futuro e aos poucos matam o nosso presente, mexem com o nosso pobre coração e abalam com tudo aquilo que sentimentos.
Infelizmente deixamo-nos consumir por essas dores, elas nos afetam tanto e nos fazem procurar alivio em todo e qualquer lugar, mas há momentos que parece que somente aquilo que nos feriu será capaz de nos curar.
E é nesse momento que tentamos aprender a conviver com elas, é nesse momento que a esperança volta, é nesse momento que tentamos voltar a sorrir e procurar o sentido da vida que outrora tinha se perdido, é nesse momento que rezamos para que tudo dê certo dessa vez porque já não aguentamos mais sofrer e lágrimas derramar.
By: Luís Filipe e Alicia Renata.
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