E se eu cair em lágrimas?
Será que estou a desabar?
Por que é que eu me sinto em um castelo de areia à beira do mar?
Sinto o peito e o estômago a ferver, mal estar, os olhos começam a coçar, porque é que eu estou a pensar nisso tudo?
Tanta coisa acumulada em minha mente e tudo quer vir a tona de uma só vez. Eu não sei como me acalmar e também sei que, não irei aguentar. Eu peço a Deus que me proteja, sem saber se devo pedir que ele me perdoe ou que perdoe as coisas e as pessoas que me magoam, talvez eu seja sensível demais, talvez eu deixe as coisas me magoarem com muita facilidade, mas, eu não me habituei e nunca me vou habituar com a monstruosidade do mundo. Me sinto a afundar em lava, o ambiente é ofegante e queima, queima forte aqui dentro.
Por que é que eu me sinto insignificante?
Por que é que eu me sinto irrelevante?
Será que não tenho importância?
Será que as coisas que passo não são notadas?
Ou elas simplesmente são ignoradas?!
Será que eu sou uma criança traumatizada?
Aquela dor que outrora esteve presente em meu peito voltou e trouxe com ela aquela vontade absurda de desaparecer, de evaporar, de ir e nem pensar em voltar. A minha mente está cheia de tanto pensar que já nem consigo dormir, é muita coisa a acontecer ao mesmo tempo.
Indeciso sobre o que quero e eu não sei o que espero, talvez a solidão seja mesmo a melhor opção, porque eu não quero contagiar o resto com essa má onda que ronda sobre mim, mas, é inevitável fugir ao interrogatório sobre o que se passa comigo, como é que eu estou, porque tenho me fechado mais ultimamente e no final eu vou sempre responder o mais óbvio.
Eu ainda vivo com o receio de falar sobre aquilo que sinto, e infelizmente eu cresci assim, eu sinto o receio de falar e mais uma vez ninguém dar importância e acharem que só quero atenção.
Eu vivo com medo, medo do que sinto, medo do que passo, medo das pessoas, medo do que irão falar, então contínuo a guardar tudo para mim, esperando que isso tudo não chegue ao extremo.
