The start of the destruction

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Enquanto conversava com Pattie ao telefone, eu me encontrava em uma batalha interna: deveria ou não ir à casa da Pattie e levar Jane?

- Você voltou para Atlanta há uma semana e ainda não nos vimos. Isso é inacreditável! Não nos vemos há quatro anos, querida, sinto saudades.

- Eu também sinto saudades, Pattie. É que... não sei se ir à sua casa é uma boa ideia no momento. Como eu disse, podemos marcar em algum lugar...

- Não, não mesmo. Maria também quer vê-la, e também queremos conhecer Jane. Não é justo me privar disso.

Suspirei. Ela tinha razão. Ao mesmo tempo que eu queria, eu também não queria. Não sabia se estava pronta para pisar naquela casa novamente, ainda mais sabendo que Justin provavelmente estava lá, mas Pattie e Maria queriam tanto conhecer Jane, e queriam me ver também, tanto quanto eu queria vê-las. E, mesmo que ela não soubesse, Pattie era avó dela e tinha esse direito. Eu já lhe escondo esse fato, não poderia lhe privar de ao menos ver minha filha. Além disso, mais cedo ou mais tarde, isso tem que acontecer.

Eu pensava que tinha deixado o passado para trás, mas quando pus os pés em Atlanta, percebi que eu não havia realmente deixado o passado, e sim, apenas o enterrado. E agora que voltei pra essa cidade, ele veio à tona. E eu tinha medo. Medo por não saber se eu seria capaz de fugir dele.

Pattie havia insistido muito. Tanto que no fim das contas eu cedi. Eu não podia esquecer que ela era como uma mãe pra mim e já me ajudou muito, eu podia passar por cima do meu medo e conceder esse desejo à ela, certo?

Quando eu disse a ela por telefone que levaria Jane esta manhã para conhecê-la, a felicidade explícita na voz dela foi tanta que fez com que eu me sentisse bem também. Mesmo lutando contra mim mesma para não perguntar por ele, acabei perguntando se Justin estaria em casa. Não sabia se estava pronta para vê-lo dentro de sua casa, além de estar evitando encontrar com ele ao máximo. Ela havia me dito que ele não estava, e isso me deixou um pouco mais segura.

Não estava com muita pressa, na verdade, estava tentando adiar ao máximo que eu pudesse. Ao invés de pedir para que Rosalie arrumasse Jane, eu mesma fiz isso. Eu sabia que essa era uma coisa demorada, Jane se achava a adulta e gostava de escolher suas próprias roupas e para isso, ela demorava minutos. Uma criança de 3 anos indecisa com o que vestir! Eu queria apenas uma desculpa para minha demora. Agradeci por Tyler ter saído cedo, assim, eu não teria que lhe dar satisfações sobre onde eu iria. Certamente ele não ia gostar disso.

Após deixar Jane arrumada e assistindo TV em meu quarto, escolhi com calma uma roupa, tomei banho e me arrumei. Fiz uma maquiagem leve, mas demorei mais do que o necessário. Por fim, não tinha mais como adiar. Eu tinha que ir.

Dirigi sem pressa alguma e Jane observava a cidade pela janela, presa na cadeirinha no banco de trás. Ao chegar na frente da grande mansão branca, meu estômago se contorceu. Há quatro anos eu havia deixado essa casa, prometendo para mim mesma nunca mais pôr os pés aqui, e aqui estou. Mas, bem, eu não estou aqui para ficar. E nunca estarei.

Após me identificar, os portões foram abertos para mim e eu estacionei o carro no jardim. Saí do carro, peguei minha bolsa e tirei Jane do banco de trás, a segurando em meu colo. Ela olhava em volta com os olhos curiosos.

- É aqui a casa da vovó?

- Sim, meu amor. É aqui - respondi e no mesmo instante, a porta foi aberta. Pattie surgiu com um sorriso lindo no rosto, que se tornou maior ao me ver. Jane escondeu o rosto na curvatura de meu pescoço.

- Oh, meu Deus, não acredito! Claire! Você está tão diferente, olhe só você! - disse ela com animação e eu não pude deixar de sorrir. Ela veio ao meu encontro e me abraçou, Jane ficando entre nós duas.

Criminal Minds Second SeasonWhere stories live. Discover now