Pain and craziness

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Justin's POV

Mais uma vez eu estava trancado naquela porra de sala minúscula depois de tomar porrada até desmaiar. Acho que aquela já era a quarta vez. Me recusava a servir aquele cuzão, e minha recusa resultava nisso. Não conseguia nem pensar em servir alguém, sempre fui o chefe nas minhas coisas. E saber que servir a ele seria mais uma coisa pra deixar Tyler feliz, me fazia ficar ainda mais puto com aquela situação.

Só conseguia pensar que precisava dar um jeito de sair dali, mas era impossível. Havia empregados dele por literalmente toda parte, principalmente me vigiando. Pelos portões era impossível passar. Não conseguia ninguém naquela porra, estava completamente sozinho e não tinha nenhum recurso.

Pensava na minha família em Atlanta e isso me deixava pior. Pensar em Claire, em Patrícia, nos caras. Todos deviam estar pensando que eu estava morto e sofrendo com isso. Claire devia estar sofrendo nas mãos de Tyler, que também tinha minha filha em seu poder. Precisava sair dali por eles, mas eu estava começando a pensar que talvez nunca mais eu voltaria a vê-los.

Ouvi uma conversa do lado de fora, mas não podia entender o que era e nem fiz esforço pra isso. Depois de algum tempo, a porta se abriu. Nenhuma luz entrou, pelo visto era noite. Um homem que até então eu não conhecia entrou e fechou a porta atrás de si. Depois o jogou pra cima de mim um pacote, que peguei por instinto. Pelo cheiro, era comida.

- Tem veneno aqui ou o que?

O cara riu.

- Tá de boa, pode comer. Se fosse pra alguém aqui matar você, pode ter certeza que não seria de forma tão simples.

Este falava inglês. E falava sem sotaque nenhum.

Não disse nem mais uma palavra. Eu estava faminto, desde o dia anterior trancado naquela porra sem nenhuma comida ou água. Acabei com toda a comida em questão de um minuto e matei a garrafa d'água que aquele cara jogou pra mim depois em poucos goles.

- Eu vou sair daqui ou o que? Da última vez foram três dias aqui sem nada e hoje eu ganho comida?

- Não foi o chefe que me mandou trazer isso, ela nem imagina que tô aqui e muito menos alimentando o novo brinquedinho dele.

- E a troco de que tá se arriscando pra vir me trazer comida? Não tá fazendo nenhum sentido pra mim.

- Não precisa fazer sentido, só agradece pelo rango e fica de boa.

- Na minha posição tenho todos os motivos do mundo pra ser desconfiado, não acha?

- Sim. Sei como é, já estive no seu lugar. Quando cheguei aqui, ficava desconfiado de tudo e de todos. E até hoje, dois anos depois, ainda sou.

- Então você é empregado do cuzão lá há dois anos?

- Não por escolha minha, mas sim. Estou aqui há dois anos.

- Não por escolha?

-É. Vamos dizer que basicamente nossas histórias são parecidas. Me meti com gente que não devia nos Estados Unidos e acabei parando nas mãos do Alfredo, assim como você.

- E em dois anos você não conseguiu sair dessa porra?

- Se fosse tão fácil como você imagina, acredite, eu já teria metido o pé daqui há muito tempo. Mas agora eu tenho planos pra finalmente vazar desse manicômio.

- E você conta isso pra mim? Alguém que você nem conhece e não sabe se pode confiar.

- Você quer a mesma coisa que eu. Veio parar aqui porque alguém lá fora te fodeu, alguém de quem com certeza você vai querer se vingar.

Criminal Minds Second SeasonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora