It's not over yet

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Cheguei na casa de Ryan muito puto da vida. Fui pro banheiro no primeiro andar mesmo, não queria entrar no quarto e arriscar acordar Claire. Entrei debaixo da água fria do chuveiro pensando que isso poderia me relaxar um pouco e aliviar a minha raiva, mas mesmo depois de longos minutos ali, eu continuava me sentindo igual.

Definitivamente não estava nos meus planos o modo como aquela noite tinha terminado, sequer passou pela minha cabeça que Tyler tinha a mais remota chance de sair vivo de lá, pra mim o fim dele era mais do que certo. E agora ele estava por aí a solta, e eu não sabia onde e nem como encontra-lo novamente para acabar com ele de uma vez.

Ficava pensando em como contar para Claire que eu tinha falhado. Sabia que ela tinha medo de isso acontecer, na real era o maior medo dela nessa história toda. Dizer pra ela que ele estava por aí bem vivo a deixaria nervosa, amedrontada, e eu não queria de forma alguma que ela estivesse sob algum tipo de estresse, principalmente pelo bebê. Agora mais uma vez voltaríamos a viver com de um ataque da parte dele a qualquer hora, e eu com a ansiedade de me vingar. Estava com um ódio maior ainda diante daquela situação porque tinha prometido a Claire que depois daquela noite tudo teria acabado, prometi a ela que teríamos paz e ela teria tranquilidade na gravidez. Não tinha cara pra dizer pra ela que eu tinha falhado.

Coloquei a mesma calça que estava usando anteriormente e joguei a blusa ensanguentada no lixo. Quando voltei para a sala, Ryan estava lá, também já de banho tomado e um copo de uísque em mãos.

- Achei que precisaríamos de um desses – disse ele, indicando com a cabeça o copo que ele tinha servido pra mim sobre a mesa. Peguei e me sentei. Pela grande janela da sala víamos o dia começando a clarear do lado de fora.

Demos um gole na bebida e ficamos em silêncio por uns minutos. Apenas bebendo e vendo o dia ficar cada vez mais claro.

- Não quero ter que contar pra Claire que eu falhei.

- Mas você não falhou.

- Tyler não virou cinzas naquela casa. Então sim, eu falhei.

- Não contávamos com aquilo, estava tudo certo. Imprevistos acontecem.

- Dessa vez não podia acontecer, Ryan, não era nem uma possibilidade. Um que deve ter ficado vivo bastou pra acabar com tudo.

- É foda, eu também tô puto. Mas vamos dar um jeito nisso, como você mesmo disse: se colocamos as mãos nele ontem, colocaremos de novo.

- Mas agora só consigo pensar na situação de estresse em que vou colocar Claire novamente. Ela não pode ficar estressada. Estou me sentindo a porra de um incompetente, deixei aquele desgraçado escapar e não cumpri a promessa que fiz à minha mulher.

- Bro – Ryan disse, respirando fundo. – Sei que agora você tá puto, e com toda razão, todos estamos. Mas levanta essa cabeça, porra. E vamos começar a montar um novo plano, vamos caçar aquele babaca até na puta que pariu e não iremos parar até ele dar o último suspiro. Aqui vocês estão seguros, se achar que precisamos de mais homens ao redor da casa, nós teremos. Mas você precisa esfriar a cabeça.

Ryan sempre era a voz da razão e sempre sabia o que dizer. No momento não tínhamos muito o que fazer mesmo. Eu só tinha que enfrentar a missão difícil de contar pra Claire que aquele psicopata estava por aí. Só podia esperar que ela me perdoasse por isso.

Continuamos ali na sala mesmo depois de o dia ter amanhecido por completo, nem eu, nem Ryan tínhamos condições de dormir, ainda estávamos pilhados depois de tudo. Quando o relógio marcou oito horas da manhã, decidi que tinha que levantar e ir até o quarto, era melhor conversar com Claire de uma vez por todas.

Criminal Minds Second SeasonWhere stories live. Discover now