Eye for an eye - Part 1

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Jane tinha nos acordado cedo naquela manhã, pulando na cama e pedindo – ou exigindo – que acordássemos, pois ela queria tomar café da manhã. Eu ainda estava morrendo de sono, Justin tinha me mantido acordada por boa parte da madrugada – e por um ótimo motivo, aliás, não tenho do que reclamar.

Ele resmungou, colocando o travesseiro sobre a cabeça. O que não adiantou, porque Jane queria que ele se levantasse de qualquer modo e começou a deitar por cima dele e tentar tirar o travesseiro de sua cabeça.

- Vamos, papai, levanta logo!

- O seu pai quer dormir. Você pode deixar seu papai dormir? – perguntou Justin, a voz rouca de sono.

- Não! – Jane esbravejou.

Justin tirou o travesseiro do rosto, olhando pra mim como quem pede piedade.

- Não posso fazer nada – falei rindo. – Isso é ser pai. Logo serão dois pulando na sua cama.

Me levantei e Jane logo veio atrás de mim, pedindo "torradinha". Liguei a TV e a deixei assistindo enquanto preparava o café da manhã. Não muito tempo depois Justin apareceu e sentou-se em uma das cadeiras, ainda chateado pelo sono interrompido.

- Da próxima vez você me deixa dormir – falei o provocando, colocando a jarra de suco de laranja sobre a mesa.

- Pelo menos o sexo valeu à pena – respondeu ele, se servindo com o suco.

- Mas eu acho que você vai começar a prezar por mais horas de sono. As férias de verão começam semana que vem. Agora sim você vai sentir a paternidade.

- Isso significa acordar assim todo dia?

- Exatamente.

Trouxe Jane pra mesa, passei pasta de amendoim na torrada dela e servi meu próprio café.

- Depois que sairmos do seu exame, vou te deixar de novo na casa do Ryan. Vou sair com ele pra resolver umas coisas, então, por favor, não sai de lá.

- Eu nunca saio, desde que saí da casa de você-sabe-quem – falei, não querendo mencionar o nome de Tyler perto de Jane. – O que você vai resolver? Pensei que ficaria aqui escondido, foi o que você disse.

- Vou resolver meus assuntos. Te falei que ia resolver a nossa vida e é isso o que vou fazer, e o mais rápido possível. Primeiro porque quero que tenha uma gravidez tranquila, segundo porque odeio morar em apartamento, me sufoca. Estou acostumado com a mansão, então mesmo que o apartamento seja grande, ainda me parece um ovo. A cada dia que eu fico aqui preso, é mais um dia que aquela peste fica por aí feliz da vida achando que venceu.

Não gostava de ver Justin falando com tanto ódio. Era um contraste muito grande com o Justin carinhoso e divertido que ele era pra mim e pra nossa filha. Mas eu não podia reprimi-lo de nenhuma forma, e afinal de contas, eu também queria ter uma gravidez tranquila e queria que pudéssemos curti-la juntos e em paz, principalmente porque não pudemos ter isso na primeira.

Eu não iria me opor como muito já fiz à ideia de Justin matar Tyler. Àquela altura do jogo não havia outro jeito de fato, e além do mais, eu sequer podia sentir algo em respeito à ideia de vê-lo morto.

Depois do café deixei tudo arrumado antes de ir tomar banho e me arrumar pra consulta. Logo aquele assunto estava esquecido, porque nossa família e aquele momento que estávamos vivendo era muito mais importante do que qualquer coisa ou qualquer pessoa. Deixamos Jane com Emma e seguimos para a clínica.

Era estranho andar no banco de trás com Justin, com dois seguranças ocupando o volante e o banco do carona. Atrás de nós, nos seguindo disfarçadamente, um carro fazendo nossa escolta. Eu não via a hora de toda aquela tensão acabar para que pudéssemos ter uma vida normal. Bom, normal dentro dos parâmetros de normalidade que se possa ter vivendo a vida com Justin Bieber.

Criminal Minds Second SeasonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora