Desperate

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Ao abrir os olhos eu estava confusa, tonta, e sentia-me fraca. Pisquei os olhos com lentidão, tentando forçar minha mente a trabalhar e me fazer lembrar o que estava acontecendo, onde eu estava. Olhei em volta, encontrando mais alguns leitos, o que me fez perceber que eu estava em um hospital. Só mais duas pessoas estavam naquela sala, adormecidas. Em meu braço, estava uma agulha, que levava sabe-se lá que substância para minha corrente sanguínea. Eu estava em minhas próprias roupas.

Tirei aquela coisa do meu braço devagar e me sentei sobre o leito, colocando a mão em minha cabeça como se aquilo pudesse parar a tontura. Precisei de alguns segundos para me situar e então lembrar da razão pela qual estava ali.

Justin tinha sofrido um acidente de carro.

Estado grave.

Desespero.

Eu gritando e quebrando coisas no hospital, completamente desesperada e louca de preocupação por não me darem notícias.

Fui sedada para que eu pudesse parar.

Não sabia por quanto tempo eu estava dormindo, que horas eram, o que estava acontecendo, como Justin estava. A preocupação e o medo já estavam de volta, apertando o meu peito, e eu precisava de respostas o mais rápido possível antes que eu ficasse louca.

Levantei daquele leito, mesmo cambaleando um pouco. Um par de sapatilhas minhas estavam ali, ao pé da cama. Calcei e saí andando o mais rápido que pude da sala de emergências, pronta para rodar aquele hospital inteiro se fosse preciso até achar alguém que pudesse me dar as explicações que eu buscava.

Após pedir algumas informações e subir e descer algumas vezes, encontrei a sala de espera onde estavam todos. Emma foi a primeira a me ver e veio em minha direção.

– Te liberaram?

– Não, eu arranquei aquela coisa do meu braço e vim sozinha. Não vou te perdoar por ter deixado que me dessem sedativos, mas estou mais calma agora.Preciso de notícias – olhei em volta, para o rosto de cada um dos meus amigos ali presentes. – Como ele está?

– Ainda não temos notícias muito concretas sobre o estado dele, e nem o que pode acontecer – Ryan disse, me pegando pela mão e me colocando sentada em uma das cadeiras. Christian me deu um copo d'água, o que foi bom, pois sentia minha boca extremamente seca.

Pattie estava sentada a algumas cadeiras de distância, mas não dizia nada. Seu olhar estava perdido, sem foco, em uma mão um copo como o meu. Queria poder confortá-la, mas claramente eu não estava em boas condições para isso, tendo em vista que tiveram que me sedar.

– Só sabemos até agora que a situação não está nada boa. Ele ficou na sala de cirurgia a noite inteira, é tudo o que sabemos. Nenhum médico apareceu pra nos explicar qual é a real situação dele.

–Mas ele está vivo, não é? - perguntei, com um nó formado em minha garganta.

– Sim - Charles respondeu, sentando-se ao medo lado e colocando o braço sobre meus ombros. – E assim ele vai continuar. Pode estar fodido agora, mas ele vai sair dessa.

Ninguém disse mais nada por algum tempo. Bebi dois copos d'água e sentei perto de Pattie. Não falamos muito, apenas ficamos ali, uma apoiando a outra silenciosamente. Não precisávamos de palavras, pois sabíamos exatamente o que a outra estava sentindo. Também não conversei com Emma, ainda estava chateada por ela ter permitido que me apagassem enquanto Justin estava naquele estado.

O tempo parecia estar passando de forma bem lenta, como se estivesse se arrastando. Eu não aguentava aquela angústia, sentia que meu peito explodiria se eu não tivesse notícias logo. Pattie saiu com Chris para pegar um café e eu fiquei, recusando qualquer coisa para comer ou beber. Não sentia fome, só queria notícias.

Criminal Minds Second SeasonWhere stories live. Discover now