Criminal Minds Second Season

Welcome to hell

Eu sentia como se estivesse morta.

Não poderia me sentir de outro jeito. Não sentia nada além de um grande buraco no meu peito contendo um sentimento de perda tão grande que chegava a doer fisicamente. Eu só tinha consciência da dor e de mais nada.

Estava encarando o teto branco acima da minha cabeça há bastante tempo, não sei quanto ao certo. Abri os olhos e naquela mesma posição fiquei. Encarando o teto, pensando nele. Repassando aquelas imagens tão dolorosas em minha cabeça e sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto.

Eu via o rosto dele, tão machucado. Eu sentia em mim a dor que ele sentira. Ouvia as últimas palavras que ele me disse fazendo eco em minha cabeça.

De repente, a porta se abriu e eu sabia que era Tyler. Continuei ali, imóvel, sequer desviei o olhar do teto.

Ele começou a falar comigo. Não respondi. Sequer prestei atenção no que ele dizia.

O senti sentar ao meu lado. O único movimento que fiz foi para me livrar de seu toque. Sentia nojo dele como nunca senti de nada nem ninguém na vida. Queria distância. Só de sentir a presença dele eu já me sentia enjoada.

Depois de tanto tentar falar comigo, vendo que eu sequer me movia ou olhava pra ele, Tyler soltou um suspiro longo e saiu do quarto, finalmente me deixando sozinha novamente.

O que ele pensava? Que eu seria capaz de olhar pra ele depois de tudo? Que eu entenderia o que ele havia feito, ou pior ainda, enxergaria aquilo como um ato de amor? Tyler era realmente louco e repulsivo.

Nunca mais eu conseguiria sequer tentar uma amizade como sempre tentei desde que havia decido me separar dele. Nunca mais seria capaz de sentir algo por ele que não fosse ódio e nojo.

Assim como nunca mais voltaria a ver Justin, nem sentir seu toque ou seus beijos. Tyler tinha tirado a vida dele, e consequentemente a minha também.

Rachel's POV

- Bom dia, bom dia! – falei, entrando na cozinha e encontrando Tyler sentado à mesa, tomando café da manhã. Logo me sentei em uma cadeira em frente a ele.

- A cada dia que passa você fica mais abusada. Claire está aqui, caso não se lembre.

- Ah, duvido que ela vá sair do quarto. Além do mais, já não temos porque nos esconder. Ela já sabe da nossa parceria e também sabe até onde a nossa podridão vai – respondi, me servindo com café. – Como a pirralha está?

- Fui vê-la no quarto. Sequer olhou pra mim, ou emitiu qualquer som que fosse. Ficava olhando pro teto como uma morta-viva. De repente, ainda está dopada.

- Ou de repente, está ficando louca. Imagine se depois de tudo a mente dela pifa e sua mulherzinha fica literalmente louca pra sempre. Que azar!

- Você é horrorosa, Rachel.

- Aprendi com o melhor – sorri, dando uma piscada pra ele. – Espero que você saiba que se antes seria difícil recuperar o amor dela, agora ficou impossível, né? É uma batalha perdida.

- Eu nunca dou uma batalha por perdida, você já deveria ter entendido isso. Eu cheguei a um ponto que sequer me importo se ela me ama ou não. Tudo o que eu quero é que ela fique longe de Justin, se eu não posso ser feliz sendo amado por ele, eu encontro a felicidade em saber que eles nunca mais ficarão juntos.

- A que ponto chegamos, não é mesmo? Nos contentando com o que dá pra ser.

- Tenho ela sob meu poder. Tenho Jane. E Justin agora está vivendo o próprio inferno. Sim, posso me contentar com isso.