A luz batia no meu rosto mas havia uma sombra que tentava proteger a minha cara do sol. Só não sabia o que era. Foi ai que me lembrei do Harry. Abri os olhos. Um de cada vez, e senti as faces molhadas. A cara do Harry tinha uma carranca profunda e percebi que a luz era artificial.
-o que se passa?- estou completamente desnorteada
-estas a chorar. Fodace estas a chorar enquanto dormes! Isto é normal? A culpa é minha ?- ele está angustiado. Não lhe posso contar. A culpa não é dele. Não é. Não admito que a minha cabeça começa a afetar a do Harry também.
-não é só que eu... eu tenho um problema Harry, um dos grandes.- Acabo por admitir baixinho.
-conta-me. Asserio Soph conta-me, ver-te dormir e chorar é arrepiante.- ele pede
-sei lá acho que estou com demasiadas saudades de casa- sussurro
-pareces tao bem na luz do dia- Ele desabafa
-pois pareço.
E quero fazer-lhe um monte de perguntas de repente. Agora com ele apoiado no cotovelo a olhar para mim sinto que nada me pode fazer mal. Que nenhum sonho me pode afetar. Porque quando durmo com ele a minha noite é tranquila. Hoje sonhei com uma coisa boa, tenho a certeza.
-estive com o Louis.- Acabo por confessar.
-ai sim?- ele revira os olhos
-sim. Ele disse-me que tu vivias com o teu pai antes de vires para aqui.- Ele fica hirto ao ouvir estas palavras
-será que ele não consegue manter o caralho da boca fechada?- os meus olhos arregalam-se perante as palavras duras do Harry.
-eu só...
-Sophia asserio para, se formos por este caminho vamos acabar a discutir, e eu não quero.
-nunca falas comigo. Exiges que eu te conte o que se passa comigo mas não falas de ti. Desde que aqui estou que é tudo sobre mim. Ouvi uma conversa tua com alguém quando partiste o telemóvel e não entendo nada.- Os olhos dele ficam negros como breu
-estiveste a ouvir as escondidas?- ele está petrificado
-foi o primeiro dia eu...
-chega. Dorme.
E apaga a luz. Volta a agarrar-se a mim, desta vez com mais força, mas não me dirige a palavra.
Passou uma semana desde a última vez que eu e o Harry falamos da vida dele. Ainda não tivemos uma conversa desde ai que não passasse de "sim" "não" ou "obrigada" e é irritante. Não vou desistir de saber mais, mas ele é tao fechado. Os dias tem passado calmante. As aulas estão a tornar-se exigentes e como eu planeio tirar arquitetura, tenho matemática. É difícil e provavelmente sou burra por não pedir ajuda ao Harry mas não quero ser a primeira a dar o primeiro passo. Um passo em falso e pode tudo dar mau resultado.
Conheci um rapaz muito interessante. Chama-se Niall e é muito interessante falar com ele. Ele tem um sotaque irlandês adorável e descobri-o no café onde o Dean trabalha. Na verdade o meu sumo é que o descobri-o a ele. Ele está a tirar literatura inglesa, e eu dei-lhe cabo dos apontamentos com o meu sumo. Desde ai temo-nos encontrado todos os dias no café.
O meu pai devia ter vindo no fim-de-semana mas a minha apanhou uma constipação e ele não pode vir. Fiquei imensamente triste por isso
Olho para o tapete á frente da porta do entrado e entro. Fico parada no lugar quando vejo um engravatado qualquer dentro do apartamento. Avanço timidamente para dentro e ele vira-se.
-oh vejamos se não é adorável Sophia.- o homem diz e um arrepio percorre toda aminha espinha.
-desculpe, mas acho que estou em desvantagem.- Digo calmante andando até ao armário para tirar a chaleira e fazer um pouco de chá.
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Vision 1 - The Judged
FanfictionHarry está ligado a um passado destrutivo, algo que não o afeta diretamente mas que ele sente necessidade de relembrar, como uma nota pessoal do quão culpado ele pode ser. Sophia está ligada ao futuro pela raiz, com medo do que pode acontecer a cada...