14ºCapitulo

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A luz batia no meu rosto mas havia uma sombra que tentava proteger a minha cara do sol. Só não sabia o que era. Foi ai que me lembrei do Harry. Abri os olhos. Um de cada vez, e senti as faces molhadas. A cara do Harry tinha uma carranca profunda e percebi que a luz era artificial.

-o que se passa?- estou completamente desnorteada

-estas a chorar. Fodace estas a chorar enquanto dormes! Isto é normal? A culpa é minha ?- ele está angustiado. Não lhe posso contar. A culpa não é dele. Não é. Não admito que a minha cabeça começa a afetar a do Harry também.

-não é só que eu... eu tenho um problema Harry, um dos grandes.- Acabo por admitir baixinho.

-conta-me. Asserio Soph conta-me, ver-te dormir e chorar é arrepiante.- ele pede

-sei lá acho que estou com demasiadas saudades de casa- sussurro

-pareces tao bem na luz do dia- Ele desabafa

-pois pareço.

E quero fazer-lhe um monte de perguntas de repente. Agora com ele apoiado no cotovelo a olhar para mim sinto que nada me pode fazer mal. Que nenhum sonho me pode afetar. Porque quando durmo com ele a minha noite é tranquila. Hoje sonhei com uma coisa boa, tenho a certeza.

-estive com o Louis.- Acabo por confessar.

-ai sim?- ele revira os olhos

-sim. Ele disse-me que tu vivias com o teu pai antes de vires para aqui.- Ele fica hirto ao ouvir estas palavras

-será que ele não consegue manter o caralho da boca fechada?- os meus olhos arregalam-se perante as palavras duras do Harry.

-eu só...

-Sophia asserio para, se formos por este caminho vamos acabar a discutir, e eu não quero.

-nunca falas comigo. Exiges que eu te conte o que se passa comigo mas não falas de ti. Desde que aqui estou que é tudo sobre mim. Ouvi uma conversa tua com alguém quando partiste o telemóvel e não entendo nada.- Os olhos dele ficam negros como breu

-estiveste a ouvir as escondidas?- ele está petrificado

-foi o primeiro dia eu...

-chega. Dorme.

E apaga a luz. Volta a agarrar-se a mim, desta vez com mais força, mas não me dirige a palavra.

Passou uma semana desde a última vez que eu e o Harry falamos da vida dele. Ainda não tivemos uma conversa desde ai que não passasse de "sim" "não" ou "obrigada" e é irritante. Não vou desistir de saber mais, mas ele é tao fechado. Os dias tem passado calmante. As aulas estão a tornar-se exigentes e como eu planeio tirar arquitetura, tenho matemática. É difícil e provavelmente sou burra por não pedir ajuda ao Harry mas não quero ser a primeira a dar o primeiro passo. Um passo em falso e pode tudo dar mau resultado.

Conheci um rapaz muito interessante. Chama-se Niall e é muito interessante falar com ele. Ele tem um sotaque irlandês adorável e descobri-o no café onde o Dean trabalha. Na verdade o meu sumo é que o descobri-o a ele. Ele está a tirar literatura inglesa, e eu dei-lhe cabo dos apontamentos com o meu sumo. Desde ai temo-nos encontrado todos os dias no café.

O meu pai devia ter vindo no fim-de-semana mas a minha apanhou uma constipação e ele não pode vir. Fiquei imensamente triste por isso

Olho para o tapete á frente da porta do entrado e entro. Fico parada no lugar quando vejo um engravatado qualquer dentro do apartamento. Avanço timidamente para dentro e ele vira-se.

-oh vejamos se não é adorável Sophia.- o homem diz e um arrepio percorre toda aminha espinha.

-desculpe, mas acho que estou em desvantagem.- Digo calmante andando até ao armário para tirar a chaleira e fazer um pouco de chá.

Vision 1 - The JudgedWhere stories live. Discover now