86ºCapitulo- POV Harry

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Sinto as lágrimas dela na minha pele, e o calor da lareira que crepita ao nosso lado. Está tudo tão perfeito que quase me custa a acreditar que tudo isto é verdade, eu não consigo ver onde foi que fiz tanto bem para merecer a Soph. Ela mais do que podia desejar, e toda a canção, toda a canção é sobre não nos deixar influenciar, não importa que não tenha corrido bem com os meus pais, eu não posso deixar que o medo de acabar como eles me impeça de continuar com ela.

A minha mão passeia pelo seu cabelo e sinto a maciez do mesmo. Tudo nela é tão doce e suave, tudo nela me parece perfeito, algo a adorar. É teimosa é verdade mas é a personalidade dela, e adoro quando me sinto desafiado a encontrar novas formas de a fazer ver como as coisas são. Sei que ela não o faz de propósito, mas irrita-me, pelo menos no momento, ela é sempre capaz de me dar a volta.

-eu amo-te.- ela sussurra mais uma vez.

-chega amor, para de dizer isso. Disseste-o vezes suficientes.

Ela di-lo tantas vezes que quase que preenche o buraco criado pelo meu pai no meu coração. Ela cobre todos os meus pequenos defeitos com o seu dom de me fazer sentir amado. Ela ama-me, mas acima disso eu amo-a.

-eu amo-te Soph, mais do que alguma vez amei alguém.- murmuro e ela olha para mim.

-a sério?- ela murmura com os olhos esbugalhado.

-não te deu já provas suficientes? – arqueio as minhas sobrancelhas.

-sim é só que...

-que?

-não sei, as vezes penso, que se não tivesse ido viver contigo, mas apenas estar contigo na faculdade, tu nunca terias olhado para mim.- ela murmura.

-és linda, reparei em ti a sim que entrei em casa. E repararia em ti na rua, apenas não com tanta atenção.

-ias pensar em coisas indecentes.- ela ri-se.

-ensinaste-me que há mais para alem da atração física.- beijo-lhe a orelha.

-ai sim?- ela ri.

-oh amor, nunca tinha passado tanto tempo sem nenhum "atividade" se é que me entendes.- gargalho.

-que idade tinhas?- ela perguntou mesmo isto?

-15 eu acho.- a minha voz não passa de um murmúrio.

-eras novo.- ela parece escandalizada.

-sim, era novo e não tinha nada para fazer.

-gostavas dela?- ela perguntou.

-não, bom, era a melhor amiga da minha irmã, e era 5 anos mais velha.- respiro com a lembrança. Não foi romântico, e eu estava bêbado. Com quinze anos.

As vezes gostava de saber o que diria ela de tudo o que escondo. Com o meu problema com o álcool, e tudo porque era o exemplo que eu tinha. Tudo o que eu tinha era um idiota bêbado a fazer o papel de pai em frente das camaras. Tudo o que eu sempre fui, um filho trofeu, nada mais.

Ela levanta a cabeça e timidamente olha para mim, os olhos dela a corroerem os meus, a forma como sou capturado pela intensidade dos seus traços. Ela pousa os lábios macios nos meus, e dou por mim a beija-la com mais violência do que seria comum, estou faminto dela, não sinto o corpo dela á mais de vinte e quatro horas e não me parece que consiga aguentar muito mais sem ela. Viro-nos no tape e prendo as mãos dela acima da sua cabeça. Riu-me e ela solta uma risadinha tímida que me enche o corpo de amor. Tudo nela é tão cativante. Os meus lábios pairam sobre os delas, e quando ela não sente o beijo levanta a cabeça á procura dos meus lábios. Raspo os lábios nos dela sem lhes tocar propriamente, ela choramiga com a pequena tortura e eu riu-me do desespero dela.

Vision 1 - The JudgedOnde histórias criam vida. Descubra agora