Ela respira baixinho no meu ombro novamente. Tive que passar para o cadeirão dela, de modo a ficar contra a janela. O seu corpo a fazer peso no meu á mais de uma hora. O novo telemóvel dela espreita no bolso da sua mala e eu perco-o de modo a verificar onde fica a casa do pai dela.
Sei que ela não lhe disse quando ia, de modo a fazer-lhe uma surpresa, mas vou arranjar maneira de a deixar em casa.
O pesadelo dela deixou ainda mais viva a minha preocupação quanto ao assunto de londres. Eu sei que o assunto não está encerrado e tenho alguns homens a tratar disso mas mesmo assim as pistas são demasiado vagas. Fosse quem fosse, naquela noite assustou-a, e a mim também.
Ela mexe-se no meu colo e eu travo os meus pensamentos. Ela é tão sensível á minha mente que chega a ser assustador. Ela parece perceber quando o meu cérbero vagueia para lados escuros.
Pego no seu novo telemóvel... bom eu não sei que raio de modelo comprou ela, mas sem duvida é... pequeno.
Procuro nas mensagens e vejo algumas com o nome de Cat, Teddy, mãe, pai...
A mensagem do seu pai induz-me para um arranha-céus perto do central parque, mesmo no centro da cidade. Bom, pelo menos vou ter um hotel perto do seu apartamento o que é bom, tendo em conta que não...merda, não vou dormir com ela.
Lembro-me que estamos no avião, e mesmo sem ter a internet ligada estou a fazer algo de errado. Poiso o telemóvel e ajeito-a no meu colo, acabando eu mesmo por fechar os meus olhos.
-senhor?- uma voz suave abana o meu ombro.
-vamos aterrar em dez minutos, talvez devesse acordar a sua namorada e colocar-lhe o cinto.
Abro os meus olhos e a gentil hospedeira faz-me senta-la no cadeirão com cuidado. Ainda não acordou, e não estou disposto a que se magoe.
-mas porque é que não podemos apanhar um táxi?- ela bate o pé.
De repente lembro-me de como ela é bonita calada e a dormir nos meus braços. Assim parece muito mais irritante. Porque é que ela nunca colabora comigo?
-aluguei um carro, e estamos só á espera que nos venham trazer.
Ela fulmina-me com os olhos enquanto o seu cabelo e parte do seu gorro são cobertos de neve, deixando-a a adorável no seu amuo. Ela tem agora um enorme e felpudo casaco vestido com um capucho adoravelmente forrado a pêlo. É a cara dela.
Chego-me a ela e beijo-a, ela parece querer resistir, mas com este frio, eu duvido que ela aguentasse mesmo que quisesse.
O nosso carro aparece e ela deixa o seu queixo cair até ao chão, fazendo-me querer que exagerei.
O range rover preto para á nossa frente e ela olha para toda a extensão do veiculo.
-era por isto que queria vir sozinha.- ela agarra nas sua malas e mexe-as para a traseira do carro.
-sim, claro.- reviro os olhos.
Dou uma gorjeta generosa ao homem que sai do carro e apresso-me a meter a nossa bagagem no porta malas. Abro a porta dela e ela salta para dentro do carro.
Quando estou ao lado dela, ligo o GPS. Ela franze o olho para mim e eu riu. Adoro estar um passo á frente dela, é tao engraçado.
-sabes as tuas tendências perseguidoras não tem limites.- ele grunhe.
-vá-la amor, tinhas o telemóvel a sair da mala.- gargalho.
-aproveitaste-te do facto de eu estar a dormir.
-yap, cada um usa as armas que tem.
Vinte minutos depois estamos á frente do prédio dela e ela tem as feições tristes. Questiono-me se estará realmente arrependida de me ter trazido, mas isso não me parece ser uma hipótese.
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Vision 1 - The Judged
FanficHarry está ligado a um passado destrutivo, algo que não o afeta diretamente mas que ele sente necessidade de relembrar, como uma nota pessoal do quão culpado ele pode ser. Sophia está ligada ao futuro pela raiz, com medo do que pode acontecer a cada...