Assim que abro os olhos o meu primeiro pensamento é onde está o Harry. Olho em volta e nada, está escuro no quarto e tenho alguma coisa presa no meu braço, debato-me com o fio e sinto uma mão no meu cabelo.
-Harry?-choramingo com medo.
-shh, está tudo bem amor.- a sua voz a irromper na escuridão do quarto.
Ele poisa os seus lábios nos meus de uma forma suave e gentil que faz todo o meu medo recuar. Sinto-me grata por ele estar aqui comigo.
-porque está tão escuro.- murmuro.
-tiveste uma contusão na cabeça. Muita claridade não é bom.- Sinto a cara dele perto da minha, ainda que não o veja.
-mas tu tinhas sangue, o que se passou?- as perguntas a girarem em torna da minha mente.
-arranhei todo o meu braço, bom, agora não tenho muita pele no meu braço, mas foi apenas superficial.
-isso é horrível, deve doer-te bastante.- Com a minha mão procuro a cara dele. Acaricio a sua bochecha e ele inclina-se contra a palma da minha mão.
-a tua cabeça deve doer mais na verdade.
-não sinto grande coisa. Podes acender a luz?- pergunto.
-vou chamar alguém.- Ele informa-me.
-espera... os meus pais?- a minha voz sai quase sumida na última parte.
-vem a caminho.- Ele vira-se sai.
Fecho os olhos e tento avaliar onde estou e não estou magoada. Sinto um ardor nas minhas costelas, mas é mínimo, não me dói a cabeça, mas suponho que me tenham dado algum tipo de analgésico.
O Harry parecia tão pouco ele ainda á pouco, não é muito dele ser cordial, mesmo que eu esteja doente como aconteceu da última vez em que fui perseguida...merda. E se foi a mesma pessoa, eu lembro-me do homem me ter dito que tudo isto tinha apenas começado. Talvez fosse el no parque antes de ontem. Talvez ele nos tivesse seguido até aqui. Que bela maneira de passar o dia de natal, quase a ser atropela, a discutir com o meu namorado, e ele chamou-me cabra, no dia de natal. Acho que se não fosse o facto de eu estar com uma agulha intravenosa no meu braço eu ia bater-lhe. Esqueço-me tão facilmente das nossas discussões, quando na realidade vivemo-las demasiado intensamente. Não me lembro de algum dia ter querido um romance tao difícil, isto não é nada do que nos ensinam nos livros, bom nos livros á discussões, mas não tantas, e parece sempre haver uma solução para tudo. Nós lemos os livros, mas sabemos que noventa e nove por cento deles vão acabar bem, por isso decerta forma nunca é demasiado real certo? O que faria alguma personagem de um livro lunático para contar ao seu companheiro que tinha visões com ele em carros a baterem, que tinha visões com a mãe dele? O que faria alguém no meu lugar? Porque é que tenho de ser eu a carregar com isto tudo?
Dói como tudo, mas do que saber que anda alguém a tentar dar cabo de nós, sei que o que vai realmente destruir-nos vai ser o meu maldito segredo. Tudo porque não consigo ser tudo o que ele espera que eu seja.
Estou prestes a afundar-me no facto de ser uma porcaria quando a porta se abre e um clarão invade os meus olhos.
-oh meu deus Sophia.- o meu pai salta para cima de mim.
Quando dou por mim tenho toda a minha família á volta da minha cama, e alguém manda os estores eletrónicos subirem, a luz começa suave, o que me dá a entender que o sol voltou a espreitar por entre as nuvens, desde a última vez que olhei para o céu, quando estava deitada no alcatrão frio.
-preciso de te ensinar outra vez a atravessar estradas? O meu pai ralha-me.
-estava verde para mim.- Reclamo, ambientando-me á luz. O Harry tinha razão, faz-me impressão.
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Vision 1 - The Judged
FanfictionHarry está ligado a um passado destrutivo, algo que não o afeta diretamente mas que ele sente necessidade de relembrar, como uma nota pessoal do quão culpado ele pode ser. Sophia está ligada ao futuro pela raiz, com medo do que pode acontecer a cada...