Levo a ultima fatia de pizza á boca e dou graças a Deus por o Harry ter parado com aquela conversa. Ele olha para mim quando acaba a sua pizza e eu pergunto-me como é que alguém tão musculado pode comer tanto.
Sinto-me espiada enquanto os olhos dele não deixam os meus, fazendo com que as minhas faces ganhem cor. Eu sorrio para ele e ele retribui o gesto de forma amigável. Eu diria que ele está a ser demasiado cordial, como a calma antes da tempestade.
-então o que fizeste ontem?- sorriu para ele.
-nada de especial, apenas adiantar algum trabalho.- ele sorri-me. Estamos a sorri, e parece-me que forçadamente.
-e tu?
-nada, passei o dia a fazer zapping.- Encolho os ombros.
-amanha á dia 24.- ele lembra-me.
-sim é.
Tenho a prenda dele na minha mesa-de-cabeceira, espero mesmo que ele goste, porque sinceramente deu-me trabalho para a encontrar, bem na realidade são duas coisas. Duas coisas que eu realmente gosto. Encontrei uma delas numa loja vintage, por isso espero mesmo que ele goste.
-o que queres fazer o resto da tarde?- ele pergunta.
-não sei, talvez passear?- tento.
-claro, queres ir até ao central park?
-sim, isso seria fantástico.- Sorriu e levanto-me.
Ele passa o meu cardigan pelos meus braços e mete a minha gola á volta do meu pescoço. Deixando um beijo nos meus lábios para finalizar o gesto amoroso. Encaixa a minha mão na minha e saímos da pizaria. Ele conduz-me pelas ruas apinhadas de gente para compras de ultima hora, e eu sinto-me segura no meio de tanta gente atarefada.
As pessoas chocam umas nas outras, e sou esmagada duas vezes, ao que o Harry decide passar o braço pelos meus ombros. Eu encaixo a minha mão no bolso detrás das suas calças de ganga.
-Odeio o frio.- comento.
-mas decidiste ir estudar para Oxford?- ele ri.
Passo a minha mão á nossa volta e puxo-lhe o gorro para baixo. Ele ri-se, uma gargalhada rouca que enche o meu peito de felicidade, acabo por rir também o que parece deixa-lo satisfeito.
Quando chegamos a uma das entradas do parque, caminhos por entre neve meio derretida e o que resta de alguma relva. Os lagos estão congelados e é estranho estar em "casa" mas com o Harry a guiar-me.
-alguma vez aqui estives-te?
-sim, algumas, não tantas como gostaria.
-os invernos são horríveis, em L.A não era assim.- murmuro mais para mim.
-ainda lá podes ir.- ele morde-me o lóbulo da orelha.
-estou a esgotar as minhas poupanças de verão meu caro amigo.- digo rabugenta.
-não vou dizer nada.- ele diz exasperado a revirar os olhos.
Estou mesmo quase a dizer-lhe que quero ir trabalhar para o café onde o Dean trabalhava. Porque vejamos, é perto, não preciso de andar de autocarro, e ainda ganho algum dinheiro. Talvez deva guardar isto por agora. Talvez quando chegarmos a casa eu lhe conte. Talvez lhe conte tudo.
-apetece-me chocolate quente.- olho para ele a fazer beicinho.
-vais ficar gorda se continuares a comer assim.- ele ralha-me, mas avança até ao carrinho do chocolate quente.
Avanço alguns metros e sento-me num banco. Cruzo as pernas por de baixo do rabo e espero que o Harry chegue. Olho ao meu redor e algo parece estar mal. Há alguma coisa de mal a pairar sobre mim. Uma luz sega-me momentaneamente e levanto-me. Foi um flash.
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Vision 1 - The Judged
FanfictionHarry está ligado a um passado destrutivo, algo que não o afeta diretamente mas que ele sente necessidade de relembrar, como uma nota pessoal do quão culpado ele pode ser. Sophia está ligada ao futuro pela raiz, com medo do que pode acontecer a cada...