66ºCapitulo

56.9K 2.2K 471
                                    

Sem duvida que comer no McDonnalds nunca foi algo que esperei fazer com o Harry, maníaco por comida saudável. Mas aqui estamos nós a rir um do outro e a ver quem consegue meter mias batatas na boca...o Harry consegue.

-eu avisei-te.- ele gargalha quando me fico por sete batatas na boca.

-sim, pois...- faço beicinho.

-ganhei a aposta.- ele ri.

-mas não quiseste nada.- Retribuiu.

-não, tu é que não me deixas-te dizer o que eu queria.- ele sorri maliciosamente.

-ai sim?- digo com sarcasmo.

-talvez logo á noite descubras o que quero.- ele sorri.

Sinto-me corar e a minha barriga contrai-se deliciosamente. É engraçado as sensações que ele cria em todo o meu corpo apenas com umas simples palavras. Ele levanta-se e despeja o resto dos nossos conteúdos no contentor. Estende-me a mão e caminhamos até ao carro para voltarmos para Oxford.

Bom devo dizer que a minha primeira vez em Londres foi bastante agradável, até mesmo a Abbie, que ainda me aparece na cabeça. O que será que ela é o Harry. Bom provavelmente alguma parceira de quecas, mas ainda assim vou manter o bico calado a respeito disso. O Harry não gosta que eu fale assim dele, ou das suas amiguinhas, diz que não me fazem parecer digna.

Bom sem ser o facto de eu ter um dom de um inferno, sou bastante digna. Oh céus até na minha mente sou sarcástica, isto está a ficar terrível.

-hey, podes entrar.- o Harry diz quando chegamos ao carro.

-oh sim, desculpa.- entro no carro e ponho o cinto

Ele caminha para o seu lado do carro e entra. Quando o carro começa avançar o tempo também ameaça mudar, o sol e o céu, a ficarem cinzentos e escuros. O meu estado de espirito parece ir pelo cano abaixo á medida que o sol desaparece.

Encosto a cabeça ao vidro frio da janela e espremo a minha bochecha contra ele, como quando era miúda. Oh céus, estou aborrecida.

Um som rouco faz-me despertar e eu levanto a cabeça. O Harry esta a tamborilar os dedos no volante e cantar alguma coisa como James Arthur, a sua voz rouca a trespassar o espaço á nossa volta á medida que o carro acelera pela estrada deserta. A vegetação verde, as árvores, a vos dele, o perfil angular dele. Tudo parece fazer parte de um sonho meigo, quase infantil.

-cantas tão bem.- murmuro-lhe.

A música saída dos seus lábios interrompida por uma gargalhada amorosa. A sua mão navega para o meu joelho.

-confesso que se eu, não fosse eu, seria cantor.- ele ri

-estou a falar a sério a tua voz é...

-muito boa?

-exato.

-sim, suponho que sim, o meu pai canta muito bem.- ele murmura secamente.

-acredito que tenham muito em comum, fisicamente.- tento explicar-me

-sim, temos.- fico feliz por ele não estar zangado.

Então lembro-me do dia do baile. O dia em que fui quase atacada por um homem qualquer. Enquanto espreitava á socapa para a passadeira vi o Harry e o seu pai. O seu pai tocou-lhe no pescoço, na zona proibida, ele nunca me deixo tocar-lhe lá, pelo menos, não diretamente com as minhas mãos.

-no dia do baile, vi o teu pai tocar no teu pescoço.- murmuro.

O ambiente no carro gela por completo, o que antes era um ambiente amistoso e meigo, é agora frio e hostil. O rosto do Harry endurece e sou quase impedida de respirar, a sua mão a apertar o meu joelho, que logo de seguida vai para as mudanças, metendo-a para uma mais alta.

Vision 1 - The JudgedOnde histórias criam vida. Descubra agora