70ºCapitulo

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A voz rouca que chama de cima de mim e do Harry faz o meu estomago dar uma volta. Estou a tremer. A cabeça do Harry por cima da minha e o seu corpo a proteger o meu como um escudo humano.

Lentamente tento que ele saia de cima de mim e assim que ele se levanta estende-me a mão para eu me levantar com ele.

Vejo o seu rosto focar-se no do seu pai, e o do seu pai focar-se no meu, não posso evitar um arrepio quando os olhos dele poisam nos meus.

-Harry, Sophia.- O pai dele cumprimenta-nos, mas não nos estende a mão.

-pai.- Não consigo perceber porque é que o Harry ainda o trata por pai.

-Mr.Styles.- murmuro baixinho.

-preciso de falar com o Harry.- o seu pai diz.

-ai sim?- o Harry retorna.

-sim Harry, a tua cicatriz, preciso de algum ADN.- o pai dele sorri de uma forma estranha.

-Sophia, importas-te de ir para casa?- o Harry pede sem olhar não minha direção.

-não.- respondo antes de tomar consciência.

-desculpa?!- ele olha para mim zangado.

-cheguei aqui primeiro.- bato o pé.

-importas-te de parar de ser uma criança?- ele ruge para cima de mim.

Os seus olhos estão zangados, tão zangados que não consigo desviar o olhar. O maxilar cerrado e os olhos de uma cor que nunca lhe vi antes, tão preto que o verde parece ter desaparecido.

Ele curva-se sobre mim e eu recuo um pouco. Os meus olhos estão muito aberto, consigo senti-lo.

-ou vais para casa agora ou eu garanto-te que não vais gostar do que eu vou fazer a seguir.- ele murmura no meu ouvido.

-tens de parar de me ameaçar.

-não te estou a ameaçar caralho, sai.- ele berra

A minha pele arrepia-se, mas não de uma boa maneira. Sinto a ameaça a ser mais poderosa do que de todas as outras vezes. Agarro nas minhas coisas e arrumo-as rapidamente. Pego na minha mochila e ando o mais rápido que consigo. Ele tenta um beijo na minha bochecha, mas estou demasiado assustada e triste com o seu comportamento.

Passo pela portaria do prédio e largo a mochila lá dentro esperando não dar ao Nathan algo com que se preocupar.

Os meus pés são rápidos e ágeis até ao portão do campus. Sinto as lágrimas mas não as vou deixar cair. Uma caminhada rápida vai acalmar-me e com sorte fazer o Harry pensar na maneira como me trata.

Não estou pronta para ser uma boneca nas suas mãos, e sinceramente nunca estarei. Detesto isto. Detesto que tente mandar em mim. Não bastou ficarmos mal resolvidos ontem á noite, ele tem que vir e estragar tudo de novo. A minha cabeça não aguenta tanto disto.

Antes que dê por mim estou na paragem de autocarros, e não me consigo parar ao entrar lá dentro. Só quero esquecer que ele me trata como uma marioneta. Porque é que ele não conversa comigo? Sacudo os pés na paragem de autocarro, estão cheios de lama da chuva e da terra do campus. Estamos a uma semana do natal e ainda não comprei a passagem para los Angeles. Vou tratar disso agora mesmo.

Entro no autocarro e tenho sorte por não estra cheio. Sei que vou faltar às aulas da manhã, mas de qualquer forma já fiz todas as minhas provas do primeiro semestre.

O condutor para no centro comercial e eu salto para fora. As portas abrem-se revelando um interior natalício e divertido. Adoro o natal sempre adorei, faz-me feliz e não tenciono passa-lo triste. O Harry tem problemas e precisa de os resolver, e eu mesma tenho os meus fantasmas para acalmar.

Vision 1 - The JudgedWhere stories live. Discover now