72ºCapitulo - Parte II

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Porque haveria eu de o deixar? A pergunta não tem sentido na minha cabeça confusa. Estou estafada e a minha respiração está irregular, e este foi o pior momento para ele começar a ser espiritual e por a minha cabeça a trabalhar.

O meu corpo amolece contra o seu e os seus braços envolvem os meus ombros de uma forma protetora. Eu não sei o que pretendia ele com o banho, porque sinceramente não há espaço na banheira para tomarmos banho.

Ele chega á minha e entrelaça os nossos dedos, enquanto vemos o amanhecer em Oxford. Eu adoro o facto de viver aqui e agora, mas tenho tantas saudades do sol de LA. Eu queria sem duvida, voltar a ter uma semana de sol, com o Harry por perto, isso seria perfeito. E agora vou ter que ir passar o natal com mais neve.

Eu devia contar ao Harry que vou até lá no natal, mas isso é como uma faca torcida no meu coração. Eu não sei com quem ele tenciona passar o natal, mas eu não o estou a ver com o seu pai, á volta de uma árvore de natal.

-estas muito calada.- ele murmura junto á minha orelha.

-estou cansada.

-bom, hoje é quinta-feira, podias fazer gazeta.- ele ri.

-sim, e ficar aqui todo o dia?- riu alto.

-porque não?- ele parece estranho.

-porque tenho que ir á faculdade.- Pisco muito os olhos.

-sabes, às vezes passamos tanto tempo juntos que é como se não houvesse faculdade.- Ele recosta a cabeça para trás na banheira.

-eu não sei quanto a ti, mas eu pretendo acabar o meu curso e ser arquiteta.

-já pensas-te em estágios.- Ele puxa uma mecha do meu cabelo.

-sim, mas depois fico com medo.

-porque?

-porque é o mercado de trabalho em bruto, e se levar uma tampa vai mandar-me a baixo.

-eu podia fazer algumas...

-não.- Ponho fim ao seu raciocino.

Ele não diz nada. O seu silêncio é estranho e eu levanto-me da banheira. Sei o quão nua estou, mas não gostei da forma como ele terminou a conversa. E se o afeto assim tanto, ótimo, vamos aproveitarmo-nos disso.

Sinto o seu corpo levantar-se e mal tento dar um passo para fora da banheira, mãos fortes agarram-me e prendem-me no lugar.

-eu podia habituar-me a ter-te só para mim.

Não digo nada, não porque não quero, mas porque não consigo. Algo minúsculo á minha frente.

-Harry.- guincho.

-sim.- a sua voz rouca a causar-me ainda mais arrepios.

-está ali uma aranha.- grito e saio da banheira.

Enquanto fugo pelo corredor oiço o seu riso e sinto-me zangada pelo meu medo irracional de aranhas.

Quando bato a porta do quarto do Harry embrulho-me no lençol á espera que ele apareça. Estou cheia de frio, e com medo da maldita aranha, e o Harry ainda se ri, o cretino. Eu devia era mostrar-lhe o filme que vi quando era miúda.

Era um pobre cachorro, e aranhas minúsculas mas letais saiam por todos os lados dele. Sempre ouve uma razão por eu não gostar do homem aranha.

Enquanto estou sozinha no quarto avanço até á enorme janela e comtemplo a enorme vista. Não é maravilhoso? Quando cheguei a Oxford a única coisa que eu queria era estudar, ser uma miúda normal, mas agora estou em casa de um dos mais jovens e bem-sucedidos empresários. Eu não sei, mas ás vezes acho que a normalidade, não gosta de mim.

Vision 1 - The JudgedOù les histoires vivent. Découvrez maintenant