Sinto todo o sangue do meu corpo disparar contra a minha cabeça, posso ver o interior de mim, e como tudo no meu ser bombeia o sangue para cima, como se uma força maior estivesse a ordenar que eu precisasse de sofrer.
Levo as minhas mãos á cabeça e aperto com força. Lembra-te Sophia, se doer noutro sítio não vai doer na cabeça.
A minha respiração é tao áspera, e sinto gostas de suor a formar-se na minha testa. As minhas mãos descem da minha cabeça e empurram o peito do Harry. Sinto as minhas pernas a ganharem vida, e corro para a casa de banho.
Não vou conseguir evitar isto.
-Soph?- o Harry grita atrás de mim.
-mantem-te longe.- grito de volta.
Fecho a porta da casa de banho antes de ele me alcançar e deixo-me cair de joelhos contra a porta. Uma aguda dor perpassa a minha cabeça e não seguro o grito. Isto só está a começar.
-fodace Sophia o que se passa ai dentro?
A porta treme e eu começo a chorar mais. Está a ser mais doloroso do que todas as outras vezes. As minhas unhas vão para a madeira da porta e bato com o meu punho com força na porta. Só tenho de canalizar a dor para outro sítio.
Arrasto-me para a banheira e ligo a água, quanto menos ele ouvir melhor. Só preciso de o manter a salvo de mim mesma, e do inferno que é a minha cabeça.
-oh merda.- Urro quando me ponho de pé.
Estou em frente ao espelho completamente desfeita e descabelada, mas o que me preocupa é o sangue que me escapa pelo nariz. Tento limpa-lo, mas nada acontece, ele apenas continua a correr.
As minhas mãos envolvem a toalha freneticamente para limpar o sangue que escorre pelo meu nariz. O Harry não para de bater na porta e toda esta sobre carga de energia em mim, está a deixar-me em pior estado do que todas as outra vezes.
-HAAAA.
A última coisa que sinto é o mármore frio contra a minha cabeça.
Estou envolta em preto e nada aprece ter nexo, eu sou eu, mas ainda assim, isto não é de todo o que se passa de cada vez que venho para dentro de mim. As minhas mãos tocam o tecido preto que me envolve e não vejo nada, nada para além de neve. Neve branca que nunca mais acaba, cada passo que dou parece ser o sítio por onde comecei.
Mas por algum motivo bizarro não tenho medo. Avanço o quanto posso e corro. E pela primeira vez na minha vida sinto que sou livre. As minhas pernas são nada, e apenas nada, e toda eu sou leve.
Rodopio sobre mim mesma e sinto a minha gargalhada. O céu é branco, assim como o chão, é como o céu na terra.
O meu passo abranda e sinto o vento contra a minha cara a levantar o meu cabelo. Aqui eu não sou má. Aqui eu sou eu, não sou estranha, posso ver o que quiser, que ninguém me vai julgar.
Deito-me na neve e sinto o frio contra mim, é como se toda a minha dor fosse neutralizada pelo frio e não há nada que me faça ficar tao feliz... a não ser o Harry.
Levanto-me e olho em volta. Não há nada, nem sinal do Harry. Avanço, e avanço na esperança de ver o Harry vestido de branco, ou até de preto como eu.
-Sophia.
Uma voz feminina chama e viro-me para trás. Uma mulher de cabelo escuro, e olhos verdes olha para mim, a sua pele pálida quase do tom da neve.
-conheço-a?
-então querida? Não sabes quem eu sou?
-não, lamento.
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Vision 1 - The Judged
FanfictionHarry está ligado a um passado destrutivo, algo que não o afeta diretamente mas que ele sente necessidade de relembrar, como uma nota pessoal do quão culpado ele pode ser. Sophia está ligada ao futuro pela raiz, com medo do que pode acontecer a cada...